Montanhista brasileiro cai em buraco ao escalar vulcão no Peru e morre
Segundo família, o montanhista Marcelo Delvaux caiu em uma greta e não resistiu. Corpo pode não ser resgatado devido às condições de acesso
atualizado
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O montanhista brasileiro Marcelo Delvaux, que estava desaparecido desde o último domingo (30/6), morreu ao cair em uma greta, uma espécie de buraco, enquanto fazia uma escalada no Nevado Coropuna, um vulcão, no Peru.
Ao portal G1 a irmã do brasileiro, Patrícia Delvaux, informou que as buscas foram encerradas neste domingo (7/7). “Não tem como entrar na greta pela profundidade e instabilidade do lugar. Infelizmente, não há chance de ele estar vivo. Já se vão 7 dias caído ali”, lamentou.
Devido à dificuldade de acesso ao local, não se sabe se será possível resgatar o corpo do brasileiro. Pedro Hauck, amigo de Marcelo, descreveu como foram as buscas.
“Os resgatistas não puderam rapelar no interior da greta, pois toda sua borda estava repleta de neve em pó instável, que não permitia a fixação de uma ancoragem segura para realizar tal procedimento”, escreveu em um blog.
Segundo ele, Marcelo chegou ao vulcão no dia 25 de junho e montou um acampamento a 4.880 metros de altitude. No dia 28, ele tentou subir um pouco mais, alcançando a altitude de 6.300 metros.
Já no dia 30, Marcelo saiu para nova escalada, por volta das 3h, e chegou ao cume em torno das 15h. Segundo o relato do amigo, ele ficou pouco tempo no local e, cerca de 30 minutos mais tarde, 100 metros abaixo do cume, o sinal do GPS ficou estagnado. O brasileiro não pediu socorro.
“Dado a profundidade da greta, os resgatistas acreditam que Marcelo Delvaux não deve ter sobrevivido à queda. Isso explicaria o fato de ele não ter solicitado resgate por seu GPS, que permaneceu ligado e com bateria por 5 dias”, disse.
Quem era o montanhista brasileiro
Natural de Juiz de Fora, Marcelo Motta Delvaux, 55 anos, era um dos principais guias de montanhas no Brasil. Ele começou a praticar escalada em rochas nos anos 1990. Na década seguinte, avançou e começou a escalar altas montanhas. O primeiro monte que chegou ao cume foi o vulcão Acatenango, na Guatemala, em 2002.
De lá para cá, Marcelo colecionava no currículo mais de 150 montanhas. Em 2009, conseguiu o marco de levar a primeira expedição de Minas Gerais até o Himalaia, a mais alta cadeia de montanhas do mundo.