1 de 1 imagem de tubos de ensaio sinalizando resultado positivo para varíola dos macacos
- Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles
O Brasil recebeu, na terça-feira (4/10), as primeiras 9,8 mil doses de vacinas contra a varíola dos macacos. As doses desembarcaram no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
O lote faz parte da aquisição de 50 mil doses feita pelo Ministério da Saúde. Segundo a pasta, as próximas doses devem ser entregues até o fim do ano.
De acordo com o minsitério, as primeiras unidades serão utilizadas para realização de estudos financiados pelo Ministério da Saúde e coordenados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Atualmente, os imunizantes são utilizados no mundo para prevenção contra varíola humana ou comum. A pesquisa pretende gerar evidências sobre o uso contra a varíola dos macacos.
Os grupos incluídos no estudo serão pessoas que tiveram contato prolongado com casos positivos da doença e pessoas em pré-exposição, que fazem uso de profilaxia pré-exposição (PrEP) ou em tratamento com antirretroviral para HIV.
Os centros de pesquisas e a quantidade de pacientes incluídos no estudo ainda não foram divulgados pela pasta. No entanto, o órgão deve considerar cidades com elevados números de casos confirmados da doença e infraestrutura disponível para aplicação do estudo.
Segundo o Ministério da Saúde, profissionais da saúde não serão incluídos como grupo prioritário para vacinação. ” Esses profissionais realizam coleta e atendimento aos pacientes com equipamento de proteção individual. Caso haja algum contato prolongado e sem proteção com algum paciente, esse profissional poderá ser recrutado”, informou o órgão.
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A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), agência internacional dedicada a melhorar as condições de saúde dos países das Américas, destinou lotes de doses da vacina contra a varíola dos macacos a diversas nações, incluindo o Brasil. Segundo especialistas, o esquema vacinal dos imunizantes é de duas doses com intervalo de cerca de 30 dias entre elas
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Concebida para agir contra a varíola humana, erradicada na década de 1980, a vacina contra a condição também serve para evitar a contaminação pela varíola dos macacos, por serem doenças muito parecidas
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Tanto o vírus causador da varíola humana quanto o causador da varíola dos macacos fazem parte da família "ortopoxvírus". A vacina, portanto, utiliza um terceiro vírus desta família, que, além de ser geneticamente próximo aos supracitados, é inofensivo aos humanos e ajuda a combater as doenças, o vírus vaccinia
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Homens que fazem sexo com outros homens e as pessoas que tiveram contato próximo com um paciente infectado foram consideradas prioritárias para o recebimento das doses
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Atualmente, existem duas vacinas em uso contra a varíola dos macacos no mundo: a Jynneos, fabricada pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, e a ACAM2000, fabricada pela francesa Sanofi
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A Jynneos é administrado como duas injeções subcutâneas (0,5 mL) com 28 dias de intervalo. A resposta imune leva 14 dias após a segunda dose
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A ACAM2000 é administrado como uma dose percutânea por meio de técnica de punção múltipla com agulha bifurcada. A resposta imune leva 4 semanas
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A vacinação contra a mpox é uma estratégia indicada tanto para a prevenção e defesa quanto para ensinar o corpo a combater o vírus antes de uma infecção
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Devido ao aumento dos casos em diversos países, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a doença como emergência de saúde pública global
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Entre os sintomas da condição estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão e calafrios. Também há bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, que mais tarde caem
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A transmissão do vírus ocorre, principalmente, por meio do contato com secreções respiratórias, lesões de pele das pessoas infectadas ou objetos que tenham sido usados pelos pacientes. Até aqui, não há confirmação de que ocorra transmissão via sexual, mas a hipótese está sendo levantada pelos cientistas
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O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias, mas os sintomas, que podem ser muito pruriginosos ou dolorosos, geralmente aparecem após 10 dias
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Casos no Brasil
De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrou, até quinta-feira (6/10), 8.270 casos positivos de varíola dos macacos.
A maior parte dos registros ocorreu no estado de São Paulo, que concentra 3.820 casos. Além disso, o Brasil registrou, até o momento, três óbitos pela doença: um em Minas Gerais e dois no Rio de Janeiro.