Monique chora em depoimento: “Fomos os melhores pais que o Henry teve”
Mãe de Henry Borel foi a segunda a depor na audiência de instrução sobre a morte. Ela citou gravidez solitária e problemas com ex-marido
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – Acusada de matar o filho Henry Borel, de 4 anos, a professora Monique Medeiros chorou durante seu depoimento no julgamento do caso, na manhã desta quarta-feira (9/2), no 2º Tribunal do Júri no Rio de Janeiro.
Na audiência de instrução, Monique chorou ao falar do filho e relembrou o fim do casamento com o engenheiro Leniel Borel, pai da criança. Segundo a ré, o ex-marido não aceitava o fim da relação. A depoente garantiu que ambos foram “os melhores pais para Henry”.
“O Leniel foi um bom pai, não muito presente por conta do trabalho, mas nunca levantou um dedo pro meu filho. Fomos os melhores pais que Henry poderia ter”, afirmou a professora, que é acusada pela morte do filho junto ao ex-namorado, Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho.
Acompanhe o julgamento:
Monique, que é acusada por tortura e homicídio triplamente qualificado do próprio filho, disse, em juízo, que falaria toda a verdade. A ré preferiu contar sua versão da história, em ordem cronológica.
A acusada falou sobre o casamento com Leniel, as dificuldades e a ruptura da relação. Além disso, citou o relacionamento com o filho e com Jairinho.
Monique, que começou a depor às 11h40, afirmou que teve um desgaste na união com Leniel devido ao grande fluxo de trabalho do pai da criança.
“Leniel teve [em determinado momento] duas oportunidades de emprego, uma em Angra e outra no Espírito Santo, e preferiu o ir para o Espírito Santo”, disse em depoimento. “Meu casamento estava desgastado desde o nascimento do meu filho. Não tinha mais o que fazer, a gente já não lutava um pelo outro.”
Queixas do casamento
De acordo com a depoente, a distância durante a gravidez afastou ainda mais o casal, que se via apenas em fins de semana, feriados ou férias coletivas. Ao mencionar Henry, a professora enfatizou que ele foi “a criança mais maravilhosa” que ela já conheceu.
“Meu filho era a criança mais linda que já vi na vida. Fui uma mãe muito agraciada por Deus, porque eu convivi com o meu filho o tempo inteiro, não perdi um dia especial. A primeira palavra que ele falou foi ‘mamãe'”, disse.
Ainda durante o depoimento, a professora afirmou que pediu para a família de Leniel conversar com o ex-marido. Monique contou também que a sua mãe insistiu para que ela reatasse o relacionamento com o ex-marido.
“Pedi ajuda para o pai do Leniel, porque ele não queria aceitar. Eu já estava me relacionando com Jairinho. No fim de setembro, o Jairinho me ligou e estava escrito ‘amor’ no celular e o Leniel viu. Eu pedi separação, porque eu queria que eu e meu filho tivéssemos um recomeço de felicidade”, ressaltou.