Modelo revela em post que foi estuprada por Bruno Krupp: “Horrível”
Priscila Trindade revelou o crime cometido pelo modelo há 6 anos. Segundo a modelo, ela recebeu, ao menos, 40 relatos semelhantes
atualizado
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- Rio de Janeiro – A modelo Priscila Trindade, de 28 anos, usou seu perfil no Instagram para relatar um estupro. Segundo ela, o crime foi praticado pelo também modelo Bruno Krupp, preso preventivamente pelo atropelamento e pela morte de um adolescente de 16 anos, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
Ao Metrópoles a defesa de Bruno Krupp disse que o modelo nega todas as acusações.
De acordo com Priscila, o caso aconteceu há seis anos, quando ela foi para uma festa em Niterói, na região metropolitana, e dormiu na casa de Krupp.
“O que aconteceu comigo foi há muitos anos, na época em que conheci. Eu o conheci numa roda de amigos, flertamos e, depois de alguns flertes, aceitei ir até a casa dele, em Niterói, para irmos a uma festa”, contou ela, acrescentando ainda que resolveu dormir na casa de Bruno, pois morava na capital fluminense.
Segundo Priscila, por volta das 3h da manhã daquele dia, quando já estava na festa havia algumas horas, Krupp teria aparecido no local. A jovem, que estava cansada, disse ter pedido que o modelo a levasse de volta para casa. Depois de tê-la deixado dormindo, ele voltou para a festa e retornou apenas por volta das 6h.
“Ele chegou bêbado às 6h da manhã e me pegou à força. Falei várias vezes para ele parar, e ele literalmente me forçou. Forçou MESMO. Depois de muito relutar, cedi e foi horrível. Era muito constrangedor porque, se eu gritasse, iria acordar a casa inteira, e não tive coragem de ter uma atitude mais drástica. No meio da situação, ele pegou o celular e ainda tentou me gravar sem roupa na cama dele. Fiquei chateada, mas ele falava tanta coisa idiota, que eu só pensava em ir embora”, contou.
O relato de Priscila desencadeou uma série de denúncias contra o modelo. Nas mensagens, cerca de 40 mulheres, que não foram identificadas, narram situações semelhantes que passaram com o modelo.
“Ele estava bêbado, me forçou a transar com ele. Eu falando: ‘não, não’. E, tipo, a força dele assim, em cima de mim, sobressaindo, sabe? E eu tentando tirar ele de cima de mim e ele não saía. E ele: ‘Ah, você quer sim! Você quer sim! Você está falando que não, porque está fazendo charme’. E: ‘Ah! Para! Olha essa carinha de quem quer!'”, narrou uma das possíveis vítimas.
Segundo o advogado William Pena, defensor de Krupp, as denúncias recentes, que não formalizadas na delegacia, tratam-se de pessoas querendo se beneficiar da situação.
“Acho que é aquele momento de fama que os oportunistas aproveitam. Querem os cinco minutos de fama na mídia através da desgraça alheia dos outros”, disse o advogado.
“Por enquanto é só fumaça, se virar fogo, a gente vê. Ele disse: ‘Poxa, estão aparecendo várias coisas, várias pessoas falando um monte de bobagem, eu não fiz nada disso. Que loucura’. Eu não tenho conhecimento de acusação nenhuma. Acusações feitas por redes sociais, sem que sejam comprovadas judicialmente, viram crime. A pessoa pode responder por denunciação caluniosa”, completou.
Modelo registrou o caso
Na quarta-feira (3/8), Priscila procurou a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá e se apresentou como testemunha de um outro caso de estupro envolvendo Bruno Krupp. A jovem também registrou ter sido vítima do mesmo crime, em 2016.
De acordo com o advogado que representa Priscila, ela está abalada com a repercussão que o assunto teve. “Está psicologicamente abalada, principalmente por ler a quantidade de mensagens que tem recebido. Nesse momento, estamos tomando as medidas judiciais cabíveis e pedimos uma medida protetiva, ainda que ele [Bruno Krupp] esteja com o decreto de prisão preventiva”, afirma João Alberto de Almeida Lima.
Para o advogado da modelo, a quantidade de acusações contra Krupp pode ajudar no processo. “Todos apresentam o mesmo modus operandi de alguém que não respeita minimamente os direitos da mulher. Acredito que possa ajudar no processo devido verossimilhança entre eles”.