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Modelo relata racismo de cabeleireiro: “Patrão comeu e virou isso”

Mariana Vassequi contou que o profissional fez comentários racistas sobre ela e outra modelo que participavam de evento em São Paulo

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1 de 1 modelo - Foto: Reprodução

A modelo Mariana Vassequi usou as redes sociais para relatar que passou por uma situação de racismo durante um evento em São Paulo. Ela contou que o cabeleireiro, que foi chamado para palestrar sobre o tratamento de cabelos étnicos, teve um comportamento preconceituoso com ela e outra jovem.

Um vídeo mostra o cabeleireiro pegando no cabelo de Mariana e dizendo: “Filhote do patrão. Patrão comeu aqui e virou isso aqui”. Depois, ele segura no cabelo de uma segunda modelo, Ruth Morgan, que tem os fios cacheados, e fala: “Esse é também um cabelo brasileiro, pela ascendência étnica, mas aqui é um cabelo mais comum”.

 

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Olá, Pretas maravilhosas (o) tava com meu insta desativado, mas hoje pela manhã recebi a mensagem da @thamara.jpg e ela me mandou um vídeo da amiga dela @marianavassequi sofrendo racismo que me tirou do sério e vim correndo postar ele!!! Aqui em sp teve um casting com duas modelos negras, mas umas delas sofreu rascimo e machismo por um “profissional” eu por ser uma MuLher Negra não conseguir acreditar no que eu estava vendo… E eu como influenciadora eu estou sempre falando de autoestima, racismo e aceitação… Nao aceito uma coisa dessa!! Eu sou negra, branco, pardo, Eu sou emo, sou sou hippie, sou funkeiro, Eu não sou nada, Eu sou tudo! Sou excluído ou incluído? Sou amado ou odiado? Sou visível ou invisível? Somos todos diferentes, devíamos ser iguais na diferença? Quem sou eu nesse mundo? Eu sou a Diversidade! • • ✨SOBRE O CABELO CRESPO✨ Cabelo duro? Não. Meu cabelo é cacheado, livre, solto, macio, afro, encaracolado. Duro é ter que conviver, e ainda ter que ouvir pessoas de pensamentos e valores tão ridículos e ultrapassados.

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Em publicação no Instagram, Mariana contou que ela e Ruth perceberam todo o racismo envolvido na situação, mas preferiram não falar nada no momento. Ela disse que elas tomaram essa decisão pelo medo de não receber o dinheiro da diária e pela pressão da profissão, já que a modelo é “vista como apenas a boneca sem voz”.

“Foi tudo tão rápido, que eu me calei. Mas quando cheguei em casa foi um desmorono e reflexões. Por que nos calamos? E por que ninguém na hora falou nada? Não só nós, mas por que dentro de um salão com mais de 10 pessoas, por que ninguém interveio? Acredito que alguns não ouviram, mas a maioria foi pior porque ouviu, mas naturalizou”, ela escreveu.

A respeito do comentário do cabeleireiro, Mariana apontou para, além do preconceito, o machismo. “Que país é esse? Que mundo é esse que você ouve alguém falar que ‘esse cabelo ou essa pessoa é um filhote de patrão’, porque o ‘patrão comeu uma escrava e gerou isso’? Como isso pode ser normal?”, questionou.

“Simplesmente dizer isso é legitimar a cultura do estupro! Quando você diz com essa frase horrível que ‘patrão comeu’, você está falando de um estupro, ou você acha que mulheres escravas tinham liberdade sobre seu próprio corpo?”, explicou.

A modelo contou que após o vídeo ter viralizado nas redes sociais o cabeleireiro ligou para ela chorando. Segundo Mariana, ele falou que o vídeo havia sido tirado do contexto, mas ela explicou que o profissional também disse várias outras frases racistas que não foram gravadas.

Ela ainda relatou que o cabeleireiro não fala essas coisas na frente de clientes ou modelos famosas, mas se sentiu na liberdade de dizer na frente dela que “esse cabelo é um cabelo que vem do morro. Agora essas mulheres têm dinheiro e elas querem ir em salão chique, por isso nós temos que saber mexer com elas”, por exemplo.

 

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NOTA DE ESCLARECIMENTO – PARTE 1 Fala galera! Beleza? Pra quem não me conhece eu sou a Mari! Sejam bem vindos a minha página e pra quem já me conhecia eu vou contar um pouco do que aconteceu. Eu não posso citar nomes nem locais por motivos de segurança. Eu fui contratada por uma marca de cosméticos para cabelos, para ser modelo do lançamentos do novo produto linha cachos! A marca escolheu a locação em um salão bem lindo e requintado da cidade de SP e também convidou um terceiro. Um suposto “cabeleireiro profissional” para ministrar uma palestra e o que seria um pequeno curso sobre “como tratar cabelos étnicos”, em meio ao evento, em um dos momentos eu e a @ruthmorgamoficial (outra modelo companheira de trabalho que também estava sendo contratada) nos deparamos ouvindo diversas frases muito ofensivas e racistas! 💔 Foi triste mesmo! A gente ouviu tudo, percebeu tudo mas naquele momento por medo de sermos demitidas, por medo de acabar a diária e a gente não receber (pois com a pandemia os jobs trabalhos de modelos caíram muito e cada uma já tinha saído de longe pra estar lá eu saí até de outro estado!) e também pela pressão da profissão por naquele momento se tratar de um ambiente de trabalho onde a modelo já é vista como apenas a boneca sem voz, a boneca que tá lá apenas pra provar roupa, desfilar ou ser fotografada. Então diante desse medo e dessa estrutura sim machista e opressora! Que silencia mulheres, que silencia a modelo! Que silencia a minha cor! E foi tudo tão rápido, que eu me calei. Mas quando cheguei em casa foi um desmorono e reflexões. Por que nos calamos? E por que ninguém na hora falou nada? Não só nós mas por que dentro de um salão com +10 pessoas, por que ninguém interveio? Acredito que alguns não ouviram, mas a maioria foi pior por que OUVIU mas NATURALIZOU! gente como assim? Que país é esse que mundo é esse que você ouve alguém falar que “esse cabelo ou essa pessoa é um filhote de patrão, por que o patrão comeu uma escrava e gerou isso.” Gente! Como isso pode ser normal? Você sabe o que isso significa? Vou te explicar: – (não cabe o texto inteiro, vai ter textão sim então tive que dividir em dois). Tá no post do lado! 👉🏽 #naoaoracismo

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