Mistério no Carnaval: 142 foliões denunciam “agulhadas”
A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco registrou casos entre os dias 15 e 25 de fevereiro em seis cidades do estado
atualizado
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A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) registrou 142 casos de foliões que alegaram terem sido furados por agulhas durante as festas de Carnaval de Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Igarassu e Orobó.
De acordo com nota divulgada pela secretaria, entre os dias 15 e 25 de fevereiro, 81 mulheres e 61 homens afirmaram terem sido vítimas. Após triagem no Hospital Correia Picanço, referência estadual em doenças infecto-contagiosas, 111 pacientes realizaram a profilaxia pós-exposição (PeP) para prevenir a infecção por HIV e outras infecções.
Os outros, ou se recusaram a fazer o teste rápido (pré-requisito para o uso da medicação), e, consequentemente, o tratamento, ou já tinham passado da janela de 72 horas preconizadas para início da medicação. Todos foram liberados após avaliação médica, com a orientação de retorno após 30 dias para conclusão do tratamento.
A nota também afirma que os pacientes foram orientados a realizar o monitoramento permanente de possíveis infecções no próprio Hospital Correia Picanço ou nos Serviços de Atenção Especializada (SAE), espalhados por vários municípios do estado. É importante ressaltar que os índices de transmissão por meio de picadas com agulhas infectadas são considerados baixos, em média apenas 0,3%. Todas as vítimas também receberam a indicação de procurarem os órgãos policiais para investigação das ocorrências.
Registros
A Polícia Civil de Pernambuco informa que registrou, do sábado até a terça-feira de Carnaval (25/01/2020), 64 boletins de ocorrência com denúncias de pessoas relatando terem sido atingidas por algum tipo de objeto perfurocortante. Foram 10 denúncias no sábado (22/02/2020), 15 foram feitas no domingo (23/02/2020), 18 denúncias na segunda-feira (24/02/2020) e 21 na terça-feira (25/02/2020). Inquéritos foram instaurados e os casos estão sendo investigados.
Uma parte dos denunciantes relatou a exposição, neste Carnaval, a outras formas de risco de contaminação do HIV e outra não soube descrever com precisão as circunstâncias e o momento em que foram tocadas pelo objeto pontiagudo.