Mirando poder das facções, GLO em Rio e São Paulo começa nesta segunda
Lula decretou operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para reforçar segurança em portos e aeroportos, mas não haverá atuação nas ruas
atualizado
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Começa nesta segunda-feira (6/11) a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos aeroportos e portos do Rio de Janeiro e de São Paulo. Lula autorizou o uso das Forças Armadas em setores que já são responsabilidade do governo federal, sem entrar na atuação das polícias estaduais, que seguirão atuando normalmente, sob o comando dos governadores.
Segundo o decreto, os militares da Marinha e da Aeronáutica irão atuar nos portos de Santos (SP), Itaguaí (RJ) e do Rio de Janeiro (RJ), além dos aeroportos de Guarulhos, em São Paulo, e Tom Jobim, no Rio de Janeiro. O Exército, por sua vez, não irá participa das ações determinadas por essa GLO, mas continuará a atuar nas fronteiras brasileiras, onde tem o poder de polícia.
O uso das Forças Armadas tem como objetivo reprimir o avanço de organizações criminosas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Nas cidades fluminenses, esses grupos são comandados, em sua maioria, por membros de milícias e do Comando Vermelho (CV). Já nos municípios paulistas, a ação criminosa fica a cargo, principalmente, do Primeiro Comando da Capital (PCC).
A assinatura do decreto ocorreu após semanas de escalada de violência sobretudo no Rio, onde criminosos assassinaram médicos por engano e queimaram mais de 30 ônibus após a prisão de milicianos, em ações de grande repercussão internacional.
A ideia é que a presença dos militares dificulte a circulação de armas, drogas e criminosos pelos terminais de passageiros e de cargas de dois dos estados mais ricos e populosos do país.
Pelo previsto no decreto, as Forças Armadas devem incrementar as operações que já realizam em portos e aeroportos e nas fronteiras brasileiras.
Segundo o Ministério da Defesa, essa GLO será uma operação “específica” para os três portos e os dois aeroportos. A atuação será realizada de forma articulada com órgãos de Segurança Pública, como a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O documento assinado por Lula estabelece ainda que a GLO vale até 3 de maio de 2024.
Criminosos de São Paulo
Um dos criminosos mais procurados do Brasil é Marcos Roberto de Almeida, mais conhecido como “Tuta”. Ele era apontado como a principal liderança do PCC até abril de 2022, no entanto, segundo o Ministério Público, ele foi excluído da facção criminosa.
Com um cargo alto dentro de uma das principais organizações criminosas do Brasil, Tuta conseguiu acumular um patrimônio significativo. Em novembro deste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou o sequestro judicial de quatro imóveis dele, incluindo um apartamento de luxo na região do Morumbi, na zona sul da capital paulista, ligados a Marcos Roberto de Almeida.
Outro criminoso com um vasto patrimônio é o narcotraficante André de Oliveira Macedo, conhecido como “André do Rap”. Ele também é apontado como um dos chefões do PCC e está foragido da Justiça.
André do Rap, por sua vez, chegou a ter um helicóptero apreendido pela Polícia Civil de São Paulo e outros bens, como uma lancha Azimut, avaliada em R$ 6 milhões.
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Criminosos do Rio de Janeiro
Leomar Oliveira Barbosa, o Playboy, também aparece na lista dos criminosos mais procurados do Brasil. Ele é apontado como braço direito de Fernandinho Beira-Mar e integrante do Comando Vermelho.
Segundo a Polícia Federal (PF), Leomar seria responsável pelo tráfico internacional de drogas da facção criminosa. Ele chegou a ser preso em 1991 pelo crime, mas deixou a cadeia em 2018 em decorrência de um habeas corpus que, segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) de Goiás, seria indevido.
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O Rio de Janeiro também sofre com a atuação das milícias e um dos principais chefes desses grupos criminosos é Luiz Antonio da Silva Braga, o “Zinho”. Ele subiu na hierarquia do grupo criminoso após a morte de seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko, em junho de 2021.
O grupo paramilitar de Zinho é acusado de praticar extorsões na zona oeste da capital fluminense, cobrando o pagamento de “taxas” de comerciantes e prestadores de serviços. A organização também é apontada pela corrupção ativa de agentes das Forças de Segurança.