metropoles.com

Ministros e base de Lula já apoiam fim da jornada 6×1

Nas redes sociais, internautas pressionam pelo avanço da PEC que propõe o fim da escala 6×1. Ministros de Lula entraram na discussão

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
imagem colorida reuniao ministerial lula palacio do planalto - Metrópoles
1 de 1 imagem colorida reuniao ministerial lula palacio do planalto - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A discussão sobre o fim da escala de trabalho 6×1 tomou as redes sociais nos últimos dias e levou ministros e integrantes da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a se manifestarem publicamente sobre o tema. Em meio à pressão, auxiliares do chefe do Executivo endossaram a ideia de redução de jornada.

O debate gira em torno da proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa alterar a escala 6×1 — seis dias de trabalho e um de folga –, apresentada pela deputada federal Erika Hilton (PSol-SP). Para que o texto comece a tramitar na Câmara, é necessária a assinatura de, no mínimo, 171 deputados. Internautas têm cobrado o apoio de parlamentares ao projeto, e o movimento se intensificou no último fim de semana.

Nessa terça-feira (12/11), ministros de Lula se manifestaram favoráveis à proposta. O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, defendeu a PEC. “Toda iniciativa que tem por objetivo melhorar as condições de trabalho e a vida da classe trabalhadora terá sempre nosso apoio. Se eu estivesse na Câmara, já teria assinado a PEC”, disse.

Também reforçaram o apoio ao texto os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Anielle Franco (Igualdade Racial). A ministra afirmou que a discussão sobre o fim da jornada 6×1 é uma “agenda legítima”. “Lembro de quando ingressei no mercado de trabalho e das incontáveis horas de escala, sem tempo de respiro e qualidade de vida”, escreveu Anielle no X. “Descanso digno traz qualidade de trabalho e melhoria de vida”, complementou.

Já Geraldo Alckmin, vice-presidente e titular do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, foi mais cauteloso. Em viagem ao Azerbaijão, para a COP29, o ministro disse que a redução das jornadas de trabalho é “tendência no mundo inteiro”, mas ponderou que, no Brasil, a discussão está sob responsabilidade do Congresso.

Apesar das manifestação favoráveis, é pouco provável que o governo se envolva nas negociações para avançar a proposta. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, divergiu dos colegas de Esplanada e defendeu que o assunto deve ser tratado em acordo entre empresários e trabalhadores, não via PEC.

“O MTE entende que a questão da escala de trabalho 6×1 deve ser tratada em convenções e acordos coletivos de trabalho. A pasta considera, contudo, que a redução da jornada para 40h semanais é plenamente possível e saudável, quando resulte de decisão coletiva”, disse Marinho.

Em maio deste ano, o titular da pasta se reuniu com a autora da proposta e com representantes do movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que encabeça a mobilização pelo fim da jornada 6×1. No entanto, desde então a discussão não avançou.

PT reivindica bandeira

Além de ministros, deputados da base do governo sinalizaram apoio à proposta. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), assinou a PEC e disse que uma nova jornada de trabalho é “necessária”.

“[a escala 6×1] é uma jornada estressante e faz parte da antiga legislação, que foi aprovada pela Constituição de 1988. Nós precisamos alterar”, defendeu.

Em uma publicação nas redes sociais, o Partido dos Trabalhadores argumentou que a redução da jornada sem redução de salário “sempre foi bandeira” da sigla. Além disso, pontuou que a legenda é responsável pela maioria das assinaturas para tramitação da PEC. Até a noite de terça-feira (12/11), o texto tinha o apoio de 156 deputados. Ao menos 67 são do PT.

Empresários criticam proposta

Entidades que representam setores do comércio e serviço se manifestaram contrários ao texto. Para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a medida poderá “provocar uma onda de demissões”.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) foi na linha do que defende o ministro Marinho e destacou a necessidade de diálogo entre empresários e trabalhadores.

“É preciso lembrar que a Constituição é clara ao indicar que a negociação coletiva é o caminho para se discutir ajustes em jornada de trabalho”, afirma o presidente do Conselho de Relações do Trabalho da CNI, Alexandre Furlan.

Colaborou Maria Eduarda Portela

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?