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Ministros de Lula reagem aos 60 anos do golpe: “Viva a democracia”

Lula decidiu se manter em silêncio sobre o aniversário de 60 anos do golpe de 1964 para evitar atrito com militares

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1 de 1 Imagem colorida de Lula e seus ministros - Metrópoles - Foto: Ricardo Stuckert/PR

Ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestaram, neste domingo (31/3), sobre os 60 anos do golpe militar de 1964 e reforçaram a necessidade de manter a memória da ditadura viva para evitar novos abalos na democracia. A decisão vai contra a orientação inicial do petista de evitar eventos relacionados ao tema.

No fim de fevereiro, Lula afirmou que não quer “ficar remoendo” o passado da ditadura militar. Em seguida, o Executivo cancelou os eventos relacionados ao aniversário de 60 anos do golpe.

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Contrariando a decisão do presidente, o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, se manifestou contra o golpe militar de 1964. Ele citou a escravidão e Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte de 1987 a 1988.

“Por que ditadura nunca mais? Porque queremos um país social e economicamente desenvolvido, e não um ‘Brasil interrompido’. Porque queremos um país soberano, que não se curve a interesses opostos aos do povo brasileiro. Porque queremos um país institucional e culturalmente democrático”, enfatizou o ministro dos Direitos Humanos. “É preciso ter ódio e nojo da ditadura, como disse Ulysses Guimarães. Feliz Páscoa e viva a democracia.”

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, relembrou as vítimas da ditadura militar, que reprimiu opositores entre 1964 e 1985. “Minha homenagem a todos que perderam a vida e a liberdade em razão da ruptura da democracia no dia 31 de março de 1964, que levou o país a um período de trevas. Minha homenagem a Rubens Paiva, Wladimir Herzog e Manoel Fiel Filho, que lutaram pela democracia no Brasil.”

O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou a necessidade de recordar a ditadura militar para que a democracia não seja abalada novamente. “Lembramos e repudiamos a ditadura militar para que ela nunca mais se repita. A mancha deixada por toda dor causada jamais se apagará. Viva a democracia, que tem para nós um valor inestimável.”

O advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, prestou homenagem à ex-presidente Dilma Rousseff, torturada durante o regime militar. Messias foi subchefe para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Presidência no governo de Dilma.

“Democracia, sempre!!! Minha homenagem nesta data é na pessoa de uma mulher que consagrou sua vida à defesa da democracia, Dilma. Que a luz da democracia prevaleça, sempre. Essa é a causa que nos move”, ressaltou o advogado-geral.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, se referiu à morte de povos originários durante o período militar, que tinha como lema apoderar-se da Amazônia para ampliar o desenvolvimento do país.

“Milhares de indígenas foram assassinados e muitos mitos construídos entre militares para justificar um extermínio – muitos discursos perversos que até hoje são utilizados para tentar refutar nosso direito constitucional ao território”, salientou Guajajara.

Diferentemente de seus ministros, o presidente Lula não se manifestou sobre o período da ditadura neste 31 de março, data que marca o golpe militar de 1964.

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