Ato pró-Bolsonaro: Lula silencia e Rui Costa fala em “confissão de crime”
“Quem tem que fazer avaliação são eles”, disse o ministro da Secretaria de Comunicação Social de Lula sobre o ato pró-Bolsonaro no domingo
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus ministros evitaram falar sobre a dimensão do ato pró-Bolsonaro realizado no último domingo (25/2) na Avenida Paulista, em São Paulo (SP).
Lula foi questionado sobre o ato em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (26/2), no Palácio do Planalto, para lançamento do Programa de Democratização de Imóveis da União. O petista, no entanto, não respondeu.
Após o evento, os ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) e Rui Costa (Casa Civil) foram abordados por jornalistas sobre o assunto.
Pimenta disse: “Quem tem que fazer avaliação são eles”. Questionado se achou o número de participantes expressivo, ele respondeu que só assistiu às partidas de futebol no domingo.
“Eu ia deixar de ver o Grenal [Grêmio x Internacional]? Pelo amor de Deus”, completou. E concluiu: “Quando a gente fizer um ato, aí vocês nos perguntam se a gente achou bom, se a gente achou ruim, se foi mais gente que a gente queria…”.
O ministro Rui Costa, por sua vez, disse que, “diante do que tinham divulgado e da força que tiveram no passado”, não tem surpresa.
“Surpresa se refere apenas ao conteúdo, à confissão dos crimes praticados. O Brasil inteiro ficou surpreso. Pela primeira vez na história, pessoas que cometeram eventos criminosos chamam evento em praça pública e, na praça pública, em frente à multidão, confessam o crime e vão além disso. Pedem perdão, anistia pelos crimes cometidos”, disse Costa.
“Com o nível de radicalização e ódio alcançado, não vamos resolver isso em poucos meses, é um processo pela racionalidade e pela volta da paz ao país. Está acontecendo lentamente”, completou.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública paulista (SSP-SP), 750 mil pessoas, no total, participaram do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Nas estimativas do órgão, o número leva em conta o público reunido na avenida, de 600 mil, e também nas ruas adjacentes, onde se aglomeraram 150 mil pessoas.
Indagado sobre a presença de parlamentares de partidos da base no governo, Costa respondeu: “Uso meu domingo para coisas mais nobres do que ficar vendo… Com todo respeito, confesso que não uso meu tempo para ficar lendo quem foi ou deixou de ir, ou detalhes da manifestação. Ontem curti meus três filhos. Não vi, por exemplo, parlamentares que foram e não posso fazer comentários de algo que não vi”.