Ministro: medida de Trump que separa pais e filhos imigrantes é cruel
Itamaraty informou ter informações sobre localização de asilos norte-americanos onde estão crianças e adolescentes brasileiros
atualizado
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O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, disse nesta quinta-feira (21/6) que o governo federal tem informações sobre a identidade e a localização dos abrigos onde estão as 49 crianças brasileiras separadas dos seus pais quando tentavam entrar ilegalmente nos Estados Unidos (EUA).
Nas últimas seis semanas, mais de 2 mil crianças de diversas nacionalidades foram separadas de seus pais e levadas para abrigos nos EUA. Desse total, 49 são crianças e adolescentes brasileiros, segundo informou o cônsul-geral adjunto do Brasil em Houston, Felipe Santarosa.“Temos os contatos de todos os abrigos, sabemos exatamente quem está em cada abrigo. Faremos a comunicação entre essas crianças e suas respectivas famílias para suprir, por meio do contato, a distância física forçada que elas foram submetidas”, disse o ministro, após participar de evento no Itamaraty para tratar sobre segurança nas fronteiras. Os consulados também deverão prestar assistência jurídica aos familiares detidos para poderem tentar legalizar a situação no país norte-americano ou retornar ao Brasil.
A separação de famílias que ocorre na fronteira norte-americana com o México é resultado da política de “tolerância zero” adotada pelo governo de Donald Trump. Os imigrantes ilegais, mesmo os que procuram asilo, são presos e respondem por crime federal nos Estados Unidos.
Crítica
A forte pressão internacional sobre o caso fez Trump recuar da medida de separação de pais e filhos, em decreto assinado nesta quinta-feira (21/6). O governo dos EUA continuará detendo imigrantes ilegais na fronteira, mas não vai mais separá-los dos filhos. Segundo Nunes Ferreira, o governo brasileiro acompanhará a implementação dessa nova medida. O ministro também criticou a separação familiar.
“Nós vamos continuar acompanhando cada um desses casos e a implementação dessa medida do presidente Trump para reverter isso. Nós consideramos uma medida cruel”. De acordo com Nunes Ferreira, o governo brasileiro não quer “politizar excessivamente” este assunto e tratará do tema em diálogo com o governo norte-americano.