Mossoró: Lewandowski diz que prisão foi “trabalho de inteligência”
Os dois fugitivos foram presos em Marabá (PA) pelas polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF) após 51 dias de buscas
atualizado
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, detalhou, nesta quinta-feira (4/4), que os dois dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, capturados nesta tarde, fugiriam para o exterior.
“Obviamente, [os fugitivos] foram coadjuvados por criminososos externos e tiveram, portanto, auxilios de seus comparças e das organizações as quais eles pertenciam. Foram presos perto de Marabá, no Pará, eles estavam se digirindo para o exterior”, afirmou.
Os detentos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento foram capturados pelas polícias Federal (PF) e Rodoviária Federal (PRF) em Marabá, no Pará. A caçada durou 51 dias e envolveu uma força-tarefa.
“Mudamos de estratégia quando soubemos que não estavam nas proximidades da penitenciária de Mossoró”, disse. A mudança de estratégia consistiu deixar a “busca física” por um trabalho de da inteligência no inquérito aberto pela PF.
A dupla foi presa em uma ponte que foi cercada pela PF e PRF, na BR-222, nas proximidades de Marabá (PA).
“Os dois fugitivos estavam em um verdadeiro comboio do crime”, afirmou. Nessa abordagem, foram apreendidos três carros, com vários celulares e um fuzil.
Foram presos, na tade dessa quinta, quatro comparsas, além dos dois detentos. “Contando os detidos de hoje, foram presas 14 pessoas desde o início da operação, por envolvimento nessa fuga”, destacou Lewandowski.
Veja o pronunciamento:
Lewandowski classificação a operação como “bem-sucedida”. “O que me parece também relevante dizer é que foi uma operação extremamente bem-sucedida, em que não foi disparado um tiro, não houve feridos, não houve mortos. Um trabalho puramente de inteligência. Os dois fugitivos voltarão para o local de onde saíram, a Penitenciária Federal de Mossoró”, ressaltou.
O ministro detalhou que a prisão é resultado de um trabalho da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado, em que trabalharam PF, PRF, a polícia penitenciária federal, além das as polícias Civil e Militar. “É uma vitória para o Estado brasileiro, das forças de segurança do Brasil e que demonstra que o crime organizado no nosso país não será bem-sucedido”, reforçou Lewandowski.
Segundo ministro, os trabalhos de inteligência continuam a partir da captura dos foragidos. Em um primeiro momento, os moradores foram cooptados pelos criminosos, mas depois houve a entrada de veículos que os transportariam para fora do país.
Fuga na madrugada
Deibson Cabral Nascimento, o “Deisinho” ou “Tatu”, e Rogério da Silva Mendonça escaparam da prisão de segurança máxima por volta das 3h30 de 14 de fevereiro.
Os criminosos, que são integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV), fugiram por um buraco na parede de uma das celas. Para a fuga, que é considerada a primeira desde a inauguração desse tipo de prisão no Brasil, os detentos utilizaram ferramentas da obra que ocorria na unidade prisional.
Apuração do Ministério da Justiça apontou que houve falhas nos procedimentos carcerários de segurança, mas concluiu que não há indícios de corrupção.
Em razão das falhas apontadas pela corregedora-geral, Marlene Rosa, foram instaurados três processos administrativos disciplinares (PADs) envolvendo 10 servidores.
Outros 17 servidores assinarão Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), no qual se comprometem com uma série de medidas, entre as quais não poder cometer as mesmas infrações e passar por cursos de reciclagem.