Ministro do TCU, Bruno Dantas viajou em jatinho da J&F
Ele teria saído de Brasília com destino a Recife, em setembro de 2016. À época, o empresário Joesley Batista era investigado pela Lava Jato
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas usou o jatinho do Grupo J&F em uma viagem entre Recife e Brasília, em setembro do ano passado. À época, um dos donos da JBS, holding do grupo, o empresário Joesley Batista já era investigado pela Operação Lava Jato.
Quando Dantas se valeu do empréstimo da aeronave da J&F, a Eldorado Celulose, empresa do grupo, havia sido alvo da Operação Sépsis. Joesley, por sua vez, estava na mira dos investigadores por causa da delação do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias Fabio Cleto sobre propina para liberação de valores do FI-FGTS.
A aeronave usada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista apareceu em investigações quando os delatores entregaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) o plano de um voo que incluiu um trecho usado pelo presidente Michel Temer (PMDB) com a mulher Marcela Temer, em 2011, quando ele era vice-presidente da República.No caso de Dantas, a viagem e o passageiro estão registrados no plano de voo da aeronave do grupo. Questionado pela reportagem, o ministro Dantas não respondeu sobre como se deu o empréstimo da aeronave e quem arcou com os custos decorrentes do voo. Em nota, ele afirmou que o “superficial e esporádico convívio social” que teve com o Joesley não “infringiu normas legais”.
No TCU, Corte para a qual Dantas foi indicado pelo Senado em 2014, o ministro participa de julgamentos de casos de interesse da holding J&F e dos irmãos Batista. As auditorias em curso avaliam irregularidades em repasses de R$ 10 bilhões feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao grupo que controla a JBS, empresa de proteína animal dos irmãos. São cerca de R$ 8 bilhões em aportes do BNDESPar e outros R$ 2 bilhões em financiamentos.
A J&F informou que não vai comentar o tema específico. “Os colaboradores já apresentaram informações e documentos referentes aos atos praticados por eles e continuam à disposição para cooperar com a Justiça.”