Ministro de Lula beneficiou fazenda própria com orçamento secreto
O ministro Juscelino Filho teria direcionado R$ 5 milhões para pavimentar estrada que passa em frente às propriedades rurais de sua família
atualizado
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O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), direcionou R$ 5 milhões do orçamento secreto para asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à própria fazenda, localizada no Maranhão.
A destinação dos recursos foi revelada pelo Estadão, e mostra uma rede de pessoas relacionadas ao ministro ligadas à obra. O dinheiro foi enviado para o município de Vitorino Freire, que é governado pela irmã do político, a prefeita Luanna Rezende.
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A empresa contratada para fazer a obra foi a Construservice, que pertenceria a Eduardo José Barros da Costa, conhecido como Eduardo Imperador, que conhece Juscelino “há mais de 20 anos”, segundo o próprio ministro.
Quem apontou a relação entre a empresa e Eduardo Imperador foi a Polícia Federal, que em julho de 2022 o prendeu sob a acusação de pagar propinas a servidores federais para conseguir obras na cidade. Ele seria um sócio oculto da Construservice.
Por fim, a última pessoa envolvida foi o engenheiro indicado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para fazer a obra, chamado Julimar Alves da Silva Filho. Ele acabou sendo afastado sob suspeita de receber propina de Eduardo.
A Codevasf é controlada pelo União Brasil, partido do ministro das Comunicações. Ainda segundo a apuração do Estadão, a terra de Juscelino, chamada Fazenda Alegria, conta com uma pista de pouso para avião particular e um heliponto. O ministro comprou um jatinho em dezembro de 2019.
Procurado pelo Estadão, Juscelino Filho argumentou que as fazendas beneficiadas pela estrada são cercadas por “inúmeros povoados”.
“Considerar que a estrada de 19 km de extensão, que recebeu, sim, recursos de emenda do parlamentar, via convênio com a Codevasf, beneficiou apenas sua propriedade é no mínimo leviano, uma vez que a estrada liga os povoados de Estirão e Jatobá”, diz um trecho da nota enviada pela assessoria de imprensa do ministro.