Ministro da Saúde diz que não há risco de sarampo se espalhar no país
A pasta determinou a vacinação de 400 mil pessoas para bloquear a possibilidade da doença retornar
atualizado
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O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse nesta quinta-feira (8/3) que, apesar dos 30 casos suspeitos de sarampo em Roraima, seis em investigação e a morte confirmada de uma criança venezuelana no estado, a doença – erradicada no país –, está sob controle desde 2016 e não há risco de que volte a se espalhar.
Após participar de reunião do Comitê Cadeia Produtiva da Saúde (ComSaude), na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Barros reforçou que o ministério determinou a vacinação de 400 mil pessoas para bloquear a possibilidade do sarampo retornar. “Há dois anos, declaramos a eliminação do sarampo no Brasil e agora estamos com esses casos importados da Venezuela. A situação não é preocupante porque está sob controle e as medidas estão tomadas. Todos os casos identificados são importados e não há nenhum autóctone do Brasil.”
O ministro falou ainda sobre a informatização das UBS e lembrou que já são 18 mil unidades contando com o prontuário eletrônico e que faltam 24 mil para aderirem ao sistema. De acordo com ele, não é uma meta tão distante, na medida em que, no ano passado, 10 mil foram informatizadas. A ideia é fazer o dobro este ano.
“Já temos 25 empresas cadastradas, algumas já fizeram provas de conceito e espero, nos próximos dias autorizar, que as prefeituras comecem a contratar essas empresas para o início do trabalho de informatização. Ela já existe em vários municípios em níveis diferenciados, muitos com sistema completo como queremos. Isso tem apresentado economia na faixa de 30% em medicamentos e insumos. Eu espero que nosso programa se mantenha porque é muito rápido a instalação do sistema. Em três, quatro meses, o sistema já está instalado”.
Quando questionado sobre a dificuldade de alguns pacientes em obter remédios importados, o ministro disse que as compras desses medicamentos, que são regulares, já foram abertas, mas nesse período começou a haver judicialização dessas aquisições. “Empresas concorrentes para o fornecimento dos medicamentos estão na Justiça disputando esses contratos. Isso nos tira o controle do tempo das compras. Compras iniciadas em novembro ainda não foram concluídas por falta da emissão da licença de importação pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Estamos discutindo esse modelo e espero que possamos avançar”.
Com relação ao repasse de recursos para os estados e municípios, Barros esclareceu que esse é um dos grandes avanços de sua gestão, já que foi feita uma simplificação do processo. “Pactuamos que o dinheiro agora é repassado em um bloco de investimentos e só. A definição de como aplicar no bloco de custeio será determinada por cada Conselho Municipal de Saúde e Câmara Municipal. Tem que ser diferente necessariamente nos diversos municípios do Brasil.”