Ministro relaciona apagão à privatização da Eletrobras: “Fez mal ao Brasil”
“Minha posição é de que a privatização da Eletrobras fez muito mal, em especial no modelo que ocorreu, ao sistema”, diz Alexandre Silveira
atualizado
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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD-MG), relacionou, indiretamente, o apagão que deixou sem energia 25 estados e o Distrito Federal com a privatização da Eletrobras, realizada durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) .
Em entrevista coletiva na sede da pasta, nesta terça-feira (15/8), Silveira ressaltou que sempre se opôs à privatização da empresa. “A minha posição é de que a privatização da Eletrobras fez muito mal, em especial no modelo que ela ocorreu, fez, sim, mal ao sistema”.
“A Eletrobras era o braço operacional do setor elétrico brasileiro, a empresa responsável por mais de 40% da transmissão nacional, mais de 36% da geração do país e, portanto, essa é uma posição [contrária à privatização] também do ministro de Minas e Energia”, complementou.
Sem, no entanto, mostrar a ligação entre a privatização da empresa com o apagão, Alexandre Silveira declarou que “os brasileiros e brasileiras perderam muito com a privatização da Eletrobras”.
O ministro adotou a linha da primeira-dama da República, Janja Lula da Silva, que, mais cedo, também relacionou de maneira velada a privatização da Eletrobras à falta de energia em todas as regiões brasileiras.
Confira:
Alexandre Silveira não informou qual é a causa do apagão, mas não descartou “falha humana” ou mesmo “dolo”. Ele destacou que pediu uma investigação à Polícia Federal (PF) e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre o que levou ao blecaute nacional.
Ele também afastou a hipótese de o país ser atingido por um novo apagão. “O ocorrido de hoje não tem nada a ver, absolutamente nada a ver, com o suprimento energético e a segurança energética do Brasil. Nós vivemos um momento de abundância dos nossos reservatórios”, afirmou.
Silveira observou que o evento ocorrido nesta terça é “extremamente raro” devido à robustez do sistema de energia brasileiro. “Nós temos um sistema redundante. Para acontecer um evento dessa magnitude, nós temos que ter tido dois eventos concomitantes, em linhas de transmissão de alta capacidade”, disse.
Privatização e demissão
A privatização da Eletrobras é um dos grandes marcos da equipe econômica de Bolsonaro. Segundo o governo passado, a medida iria trazer benefícios para a população brasileira com a possível redução da conta de luz dos consumidores.
Nessa segunda (14/8), Wilson Ferreira Júnior pediu demissão do cargo de presidente da Eletrobras e o conselho de administração da empresa escolheu Ivan de Souza Monteiro para assumir o cargo.