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Ministra pede intervenção do CNJ em caso de tutela de socialite do Rio

Socialite enfrenta uma disputa judicial entre o marido e a família, que o acusa de violência doméstica e patrimonial

atualizado

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Socialite carioca Regina Lemos Gonçalves
1 de 1 Socialite carioca Regina Lemos Gonçalves - Foto: Foto cedida ao Metrópoles

A ministra Maria Helena Mallmann, da Ouvidora Nacional da Mulher, enviou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) um pedido de intervenção na conduta da desembargadora Valéria Dacheux , da 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio, em relação à curatela da socialite Regina Gonçalves, de 88 anos.

No fim de abril, a magistrada decidiu que Regina ficasse com o marido, ex-motorista dela, a quem o acusa de violência doméstica e patrimonial. A ministra cita alegação da própria Regina à ouvidoria, na qual afirma que a postura da desembargadora contraria todas as decisões protetivas conferidas em jurisprudências.

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Regina Lemos com os amigos João Chamarelli e Narcisa Tamborindeguy

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Foi a própria Regina quem apresentou o pedido à ouvidoria, no qual solicitou “averiguação da conduta” da desembargadora. No relato, a socialite afirmou que “estaria sendo mantida em cárcere privado e estaria sendo maltratada pelo Sr. José Marcos Chaves Ribeiro”.

A ministra reproduz trecho do pedido da socialite, no qual ela afirma que a desembargadora “desacredita na palavra da vítima e atua em conjunto com defesa do acusado […] para manter a curatela com o agressor. Atua ainda contra seus pares do Tribunal de Justiça do Rio, suscitando teratológico suposto conflito de competência”.

Nesta parte, ela se refere à decisão contrária da magistrada a de uma colega de primeira instância, que decidiu que Regina ficasse sob os cuidados da família.

Medidas cautelares

Nessa quinta-feira (11/7), o delegado titular da 12ªDP (Copacabana) Ângelo Lages apresentou ao Ministério Público dois pedidos de medidas cautelares em favor de Regina. Entre elas está a proibição de que o marido se aproxime dela, além da transferência da curatela para algum parente da socialite.

No documento enviado ao MPRJ, o investigador solicita, ainda, que as restrições sejam estendidas a três outras pessoas: um empresário que alugou uma casa de Regina em São Conrado, o caseiro desse imóvel e uma mulher também investigada.

Lages considera todos eles agressores da idosa, seja física, seja materialmente. Segundo ele, há fortes indícios de que essas três pessoas atuaram contra Regina e o patrimônio dela.

Em relação à curatela, o delegado pediu ainda que Regina seja destituída do atual marido e passe para um parente ou outro curador. Ele faz menção ao Estatuto do Idoso, no qual pede atenção para a “real condição de vulnerabilidade e risco da vítima, e pelo fato que as violações a seus direitos fundamentais estão sendo perpetrados por José Marcos, curador da vítima até o prezado momento”.

Disputa judicial

A disputa judicial que envolve Regina e o marido existe desde 2016. Em 2 de janeiro, José Marcos Ribeiro, com quem Regina tem uma união estável desde 2021, alegou que ela teve um “surto” e foi à casa do irmão, em Copacabana, onde ficou hospedada por cerca de dois meses.

Uma ação foi movida pela família da socialite contra o homem, acusado de praticar violência psicológica e doméstica, além de ameaça. Ele também é apontado como autor de furtos de joias e outros bens valiosos que integravam o patrimônio de Regina.

Em abril, um laudo assinado por perito judicial atestou que é “possível” a socialite ser “suscetível à manipulação e à implementação de falsas memórias”. Ainda naquele mês, a desembargadora Valéria Dacheux, da 6ª Câmara de Direito Privado, contrariando a decisão em primeira instância do Tribunal de Justiça, manteve a tutela provisória de Regina com o marido e revogou a medida protetiva de afastamento entre os dois.

Em 11 de julho, a Ministra Maria Helena Mallmann, do Tribunal Superior do Trabalho, pediu ao Conselho Nacional de Justiça para investigar a conduta da desembargadora.

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