Ministra diz que, se houvesse mais gado no Pantanal, desastre seria menor
Tereza Cristina acredita que o fato de o boi comer o capim seco é o que previne uma destruição grande das chamas
atualizado
Compartilhar notícia
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou, em audiência no Senado, nesta sexta-feira (9/10), que o boi é o “bombeiro do Pantanal”. E que, se tivesse mais gado na região, o “desastre” durante as queimadas poderiam ter sido menores.
“Aconteceu o desastre porque nós tínhamos muita matéria orgânica seca que, talvez, se nós tivéssemos um pouco mais de gado no Pantanal, isso teria sido um desastre até menor do que nós tivemos este ano”, disse a ministra.
Tereza Cristina acredita que o fato de o boi comer o capim seco é o que previne uma destruição grande das chamas. “O boi é o bombeiro do Pantanal, porque é ele que come aquela massa do capim, é ele que come essa massa para não deixar como este ano nós tivemos. Com a seca, a água do subsolo também baixou os níveis. Essa massa virou um material altamente combustível”, alegou.
Greenpeace
A organização não-governamental (ONG) Greenpeace afirmou que o argumento da ministra foi “equivocado”. E disse que as queimadas são fruto de um desmonte na gestão ambiental do governo.
“Diante de um cenário já previsto de seca severa, com focos de calor muito superiores à média desde março de 2019, não foram tomadas medidas efetivas de combate e prevenção aos incêndios, necessárias desde o primeiro semestre. Se não tivesse ocorrido um desmonte da gestão ambiental no Brasil, a situação não teria chegado a este nível de gravidade”, destacou a entidade.
Cerca de 14% da área do Pantanal foi queimada somente em setembro deste ano, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
A área atingida chega a quase 33 mil km². No mesmo período do ano passado, a devastação causada pelo fogo chegava a 12.948 km².
Um requerimento foi enviado ao presidente Jair Bolsonaro para incluir o Pantanal no Conselho Nacional da Amazônia Legal pelos próximos cinco anos. O intuito é garantir um bom enfrentamento a futuras queimadas no bioma, com mais recursos financeiros e estrutura.