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Ministra das Mulheres critica soltura de Daniel Alves: “Indignação”

Ministra comentou o caso após reunião com o presidente Lula, Janja, e parlamentares mulheres na noite desta segunda-feira (25/3)

atualizado

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Cida Gonçalves e parlamentares na saída do Palácio da Alvorada - Metrópoles
1 de 1 Cida Gonçalves e parlamentares na saída do Palácio da Alvorada - Metrópoles - Foto: Reprodução

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, criticou a decisão da Justiça da Espanha de conceder liberdade provisória ao jogador Daniel Alves, condenado por estupro. O atleta foi solto nesta segunda-feira (25/3) após pagar uma fiança de 1 milhão de euros — equivalente a R$ 5 milhões.

Perguntada sobre como avaliava a decisão, a ministra afirmou que viu o caso “com muita indignação”.”

“R$ 5 milhões compra a liberdade de um estuprador. Ele foi julgado e condenado por estupro”, disse Gonçalves.

“Segundo, é o corpo, a palavra mulher que está sendo, mais uma vez, violada, mais uma vez sofrendo as consequências disso. Eu acho que foi um equívoco. Não posso julgar o que aconteceu na Espanha, mas ele deveria cumprir a sua condenação na prisão”, defendeu.

Veja o vídeo:

A declaração foi dada após o jantar oferecido pela primeira-dama, Janja Lula da Silva, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio da Alvorada, na noite desta segunda-feira (25/3). A confraternização reuniu ministras de Estado, senadoras e deputadas da base do governo.

O chefe do Executivo já havia feito reuniões em formato semelhante com líderes da Câmara dos Deputados e do Senado. A ausência de mulheres, no entanto, chamou a atenção.

Segundo parlamentares que participaram da reunião desta segunda, o presidente cobrou o empenho das parlamentares para discutir questões de gênero e a ampliação da participação feminina na política, sobretudo em um contexto de eleições municipais.

“Outro debate que entendo ser muito salutar foi exatamente na área da comunicação. Como se comunicar mais com a sociedade brasileira em relação à pauta de gênero no Brasil. Nós temos uma maioria da população brasileira que é de mulheres e, portanto, que possamos conversar com elas para que a política pública chegue lá na ponta”, afirmou a senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

Falta de representatividade

Pesquisas de opinião divulgadas em março apontam uma queda na avaliação do governo entre as mulheres. Além disso, a gestão de Lula é cobrada pela maior presença de mulheres em esferas de poder. O chefe do Executivo demitiu duas ministras para dar lugar a homens indicados pelo Centrão.

Outro ponto é que as duas indicações feitas pelo presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF) foram de homens — os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino — ampliando a desigualdade de gênero na Corte.

A ministra Cármen Lúcia é a única mulher a ocupar uma cadeira no STF.

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