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Ministra Damares agiu para impedir aborto de criança de 10 anos, diz jornal

Menina estuprada pelo tio desde que tinha 6 anos precisou fazer o procedimento em Recife após negativa de médicos no Espírito Santo

atualizado

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VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL
Damares Alves
1 de 1 Damares Alves - Foto: VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, teria agido para impedir o aborto legal de uma menina de 10 anos, que engravidou após sucessivos estupros praticados pelo tio, no Espírito Santo. O caso ganhou projeção nacional após mobilização pessoal da ministra e pessoas ligadas a ela, como a extremista de direita Sara Giromini, responsável pela divulgação do nome da vítima e do endereço do hospital onde o aborto foi feito, além da incitação de que militantes comparecessem ao local e constrangessem a menina a desistir da interrupção da gravidez.

Damares disse, em entrevista a Pedro Bial, que a criança deveria ter feito uma cesárea, não um aborto. Segundo ela, com mais duas semanas de gestação, o bebê teria condições de sobreviver em uma incubadora.

Informações obtidas pelo jornal Folha de S.Paulo dão conta de que Damares tinha como objetivo transferir a criança de São Mateus, no Espírito Santo, para um hospital em Jacareí, em São Paulo, onde aguardaria a evolução da gestação até o parto, apesar do risco que a gravidez representava para a menina.

Damares afirma discordar do procedimento do aborto, realizado em Recife (PE) pelo dr. Olímpio Moraes Filho
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Damares Alves e o presidente da República, Jair Bolsonaro

Reprodução/Arquivo Pessoal
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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Antonio Cruz/ Agência Brasil
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Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Damares afirma discordar do procedimento do aborto, realizado em Recife (PE) pelo dr. Olímpio Moraes Filho

Michael Melo/Metrópoles
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O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos é comandado pela ministra Damares Alves

Reprodução/Twitter

Segundo a Folha, a ministra mandou representantes do ministério e aliados políticos para tentar retardar a interrupção da gravidez. Seus interlocutores fizeram uma séria de reuniões e pressionaram os responsáveis por conduzir os procedimentos, inclusive com a promessa de benfeitorias ao conselho tutelar local. A própria Damares participou de um desses encontros, por videoconferência.

Após realizar a interrupção da gravidez em outro estado e sob forte pressão de grupos extremistas, a criança e sua família entraram num programa de proteção do governo do Espírito Santo que lhes garante nova morada e novos nomes.

Para apurar o vazamento das informações, o ministério protocolou um ofício ao ministro da Justiça, André Mendonça, pedindo que a Polícia Federal apurasse o caso.

Estuprada desde os 6 anos

A menina de 10 anos engravidou após ser estuprada pelo tio desde os seis anos de idade, na cidade de São Mateus (ES). No dia 19 de agosto, ela recebeu alta da unidade hospitalar onde interrompeu a gestação, em Recife (PE).

A vítima precisou ir para Recife para realizar o aborto porque os médicos do hospital em que ela foi atendida no Espírito Santo afirmaram que não tinham capacidade técnica para realizar o procedimento.

O suspeito do crime foi preso no dia 18 de agosto, em Betim (MG). Ele foi ouvido pela polícia e teria confessado “informalmente” os abusos cometidos.

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