Ministra Anielle Franco discute pautas antirracistas com o Google
Google anunciou investimento de R$ 1 mi para programadores negros e instituições que pesquisam sobre racismo algorítmico e discurso de ódio
atualizado
Compartilhar notícia
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se encontrou com representantes do Google nesta terça-feira (6/6) para discutir pautas antirracistas na plataforma. A reunião acontece após a empresa remover um aplicativo que simulava práticas da escravidão, chamado de “Simulador de Escravidão”, oferecido pela MagnusGames que foi banido da Play Store.
Anielle destacou a necessidade da moderação e exclusão de conteúdos racistas, discursos de ódio e informações falsas que são divulgados na internet. Além disso, a ministra abordou a necessidade das plataformas digitais na perpetuação destes conteúdos e questionou sobre políticas e protocolos de moderação.
“É fundamental termos uma colaboração entre governo e iniciativa privada para combate ao racismo e ao discurso de ódio. O ambiente virtual, hoje, é onde mais se prolifera esse tipo de conteúdo e as grandes empresas de tecnologia têm responsabilidade nesta moderação. Já nos reunimos com a Meta e hoje foi com o Google. Vamos continuar nos reunindo com mais plataformas”, afirmou Anielle.
O Google anunciou que irá investir R$ 1 milhão para a criação de um projeto, em parceria com o ministério, para apoiar programadores negros e negras e instituições que pesquisam racismo na internet e discurso de ódio on-line. Foi estabelecido um grupo de trabalho entre Ministério e Google para moderação de conteúdos racistas nas plataformas da empresa , como o Youtube. A empresa também informou sobre outras iniciativas diretas de combate ao racismo, com apoio a pesquisas e suporte a negócios liderados por pessoas negras, por exemplo
Além da ministra, também participaram do encontro o vice-presidente e a gerente de políticas públicas e relações governamentais do Google para Mercados Emergentes, Doron Avni e Ana Clara Segura de Azevedo, o diretor e a gerente de políticas públicas e relações governamentais e do Google Brasil, Marcelo Lacerda e Juliana Moura Bueno, e o gerente de comunicação do Google Brasil, Rafael Querrer.
Aplicativo
O jogo “Simulador de Escravidão” simulava pessoas negras que poderiam ser castigadas ao longo das partidas. O aplicativo, removido em maio, possibilita ao usuário a simulação de um proprietário de indivíduos escravizados.
Ao longo das partidas, os usuários poderiam aplicar castigos corporais às pessoas negras e impedir fugas e rebeliões. O jogo da MagnusGames tinha cerca de mil downloads, além de 70 avaliações.