Ministério Público investiga esquema ilegal de fraudes em carretas
Esquema faturou R$ 50 milhões. Até o momento, 20 pessoas são investigadas e cinco foram presas
atualizado
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O Ministério Publico de São Paulo e a Polícia Civil investigam caminhoneiros e transportadores que alteram veículos para levar, ilegalmente, cargas acima da capacidade permitida por lei.
Os motoristas modificam a estrutura dos caminhões e carretas para adicionar um 4º eixo de ligação entre os pneus e as laterais do veículo — a legislação vigente permite apenas três. O excesso de peso pode dificultar manobras e gerar acidentes de trânsito. Desde 2016, o crime movimentou cerca de R$ 50 milhões.
Com a mudança, as carretas conseguem levar até 10 mil kg a mais e, consequentemente, os transportadores faturam mais dinheiro por cada viagem. A investigação foi revelada pelo Fantástico na noite deste domingo (6/12). Até o momento, 20 pessoas são investigadas e cinco foram presas.
O delegado responsável pelas investigações, Ricardo Dourado dos Santos, da Polícia Civil de São Paulo, disse que uma testemunha do esquema auxiliou na apuração do crime. O homem informou que cerca de 10 mil caminhões com 4º eixo irregular estão cadastrados na empresa em que ele trabalha.
Instalação
A reportagem do Fantástico também mostrou que a instalação do 4º eixo custa entre R$ 26 mil e R$ 28 mil e demora uma semana para ser feita.
A Polícia Civil identificou, em São Paulo, oficinas que faziam a alteração dos veículos e conseguiu encontrar um dos supostos chefes do esquema: Orlando Grande Filho.
Os motoristas eram encaminhados ao Paraná para emitir um certificado de segurança viária, que permitia, clandestinamente, a circulação dos veículos com 4º eixo. O nome da empresa ilegal é Inspeção Paraná, comandada pelo ex-prefeito de Herval D’Oeste (SC) Paulo Nerceu Conrado.
Ao Fantástico, o ex-prefeito negou irregularidades. O Detran-SP informou que fará auditoria para identificar documentos emitidos sem autorização.