Ministério Público do Rio pede prisão da ex-deputada Flordelis
Ex-deputada é acusada de ser a mandante do assassinato do marido, pastor Anderson do Carmo, em 2019
atualizado
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Rio de Janeiro – O Ministério Público do Rio de Janeiro pediu, na tarde desta sexta-feira (13/8), a prisão preventiva da ex-deputada federal Flordelis. A informação foi confirmada pelo Metrópoles.
Com mandato cassado pelo Plenário da Câmara dos Deputados na quarta-feira (11/8) por quebra de decoro parlamentar, ela é acusada de ser a mandante do assassinado do marido, o pastor Anderson do Carmo, em 16 de junho de 2019. Anteriormente, ela tinha imunidade parlamentar e não podia ser presa.
Na decisão, o promotor Lucas Caldas Gomes Gagliano afirma que Flordelis atuou para atrapalhar as investigações desde o começo, com ocultação de provas e movimentação financeira para mobilizar pessoas da família para participar do crime.
“Restou claro que a liberdade da ré colocava em risco tanto a instrução criminal quanto a aplicação da lei penal. Mesmo sendo cabível e necessária a prisão preventiva, a sua decretação não foi possível [devido à imunidade parlamentar], restando apenas a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão”, declarou.
Ré pelo crime, Flordelis vai a júri popular com outras 10 pessoas. O promotor também ressaltou que Flordelis permaneceu mais de 24 horas com a tornozeleira eletrônica desligada, sem comunicar o fato às autoridades. Ela chegou a solicitar que o equipamento fosse retirado, mas o pedido foi negado pela Justiça.
Assassinato
De acordo com o MP, um dos filhos biológicos de Flordelis, Flávio dos Santos, foi quem disparou contra o pastor Anderson, na garagem de casa no bairro Pendotiba, em Niterói, Região Metropolitana do Rio. O responsável por conseguir a arma foi outro filho, Lucas César dos Santos.
Outra filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, afirmou em audiência que era abusada sexualmente pelo pastor e confessou que pagou R$ 5 mil para a irmã Marzy Teixeira da Silva colocar o plano em prática. Ela também disse ter jogado no mar os celulares de Flordelis, Lucas e Anderson, para destruir provas.
“Há de ser rememorado que a ré é figura proeminente sobre a extensa família, exercendo clara e determinante liderança sobre seus filhos. Valendo-se dessa posição, buscou comparsas, dentro do âmbito familiar, para a concretização de sua intenção homicida, que acabou se efetivando pelas mãos de seu filho biológico Flávio dos Santos, com o auxílio material de seu filho adotivo Lucas César dos Santos, que intermediou a compra de uma pistola calibre 9mm, na Favela Nova Holanda, para Flávio cometer o crime”, destacou o promotor.
Procurado pelo Metrópoles, o advogado de Flordelis, Rodrigo Faucz, afirmou que não há requisitos para a decisão do Ministério Público. “Nós consideramos um absurdo esse pedido de prisão”, disse.