Ministério pede esclarecimentos sobre prisão de nove indígenas em MS
Grupo formado por indígenas da etnia Guarani e Kaiowá invadiu uma área onde será construído um condomínio de luxo, em Dourados (MS)
atualizado
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O Ministério dos Povos Indígenas solicitou esclarecimentos, nesta segunda-feira (10/4), à Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso do Sul sobre a prisão de nove indígenas da etnia Guarani e Kaiowá no último sábado (8/4).
Indígenas invadiram uma terra onde será construído um condomínio de luxo em Dourados, município do Mato Grosso do Sul. Segundo o grupo, o território aguarda a demarcação pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e não poderia ser utilizado pela empreiteira milionária. Entre os envolvidos no caso está o ex-candidato ao governo do Estado Magno de Souza (PCO-MS).
O ministério também solicitou uma reunião entre as lideranças indígenas e a Secretaria de Segurança Pública.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a operação foi conduzida pela Tropa de Choque e pelo Batalhão da Polícia Militar (BOPM) e prendeu em flagrante os indígenas sob a acusação de associação criminosa, dano ao patrimônio privado e ameaça, além de lesão corporal e posse de arma.
O Ministério Público Federal destaca que a área teria sido comprada pela empreiteira Corpal, e está localizada no território chamado de tekoha Yvu Vera, ocupado pelos indígenas.
Em março, uma comitiva interministerial se reuniu com o governador Eduardo Riedel (PSB) para discutir possíveis soluções aos conflitos entre povos indígenas e fazendeiros do Mato Grosso do Sul.
O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso do Sul sobre a operação do último sábado, mas não obteve resposta. O espaço segue aberto.