Ministério da Saúde tenta restabelecer sistemas após segundo ataque
Crime virtual deixou todos os sistemas internos e linhas telefônicas do Ministério da Saúde fora do ar
atualizado
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O Ministério da Saúde informou, nesta terça-feira (14/12), que tenta restabelecer os sistemas internos do órgão após o segundo ataque hacker sofrido pela pasta, na madrugada de domingo (12/12).
O crime virtual deixou todos os sistemas internos e linhas telefônicas do Ministério da Saúde fora do ar. Nesta terça, a movimentação de servidores na sede do prédio foi baixa, já que grande parte dos funcionários está em regime de home office, devido à queda dos sistemas.
“O Ministério da Saúde informa que realiza manutenção preventiva da rede interna após invasão aos sistemas da pasta na madrugada de domingo (12/12). Desde então, a pasta trabalha para restabelecer os sistemas internos o mais rápido possível para garantir o retorno com segurança e evitar novos ataques”, informou o órgão.
A ocorrência do segundo ataque hacker foi confirmada pelo ministro Marcelo Queiroga, na noite de segunda-feira (13/12). Os sistemas internos do órgão estavam inativos desde a madrugada, mas a assessoria de imprensou negou, durante toda a tarde, a incidência de crime cibernético.
Em nota enviada à imprensa, a pasta informou que o problema se tratava de manutenção da rede interna. No entanto, à noite, Queiroga admitiu o ataque.
“Aquele primeiro ataque não foi um ataque ao Ministério da Saúde. Aquilo foi a nível da Embratel, e felizmente os dados não foram comprometidos”, assinalou Queiroga. O titular da Saúde explicou que o prazo para retomada do ConecteSUS, definido para esta terça-feira (14/12), já não será cumprido.
“Houve esse outro ataque. Infelizmente somos vítimas dessas figuras que têm, de maneira criminosa, invadido o sistema. Tentado invadir, eles não conseguem invadir, mas tumultuam, atrapalham”, acentuou o ministro.
Outros órgãos
O primeiro ataque hacker aos sistemas do governo federal ocorreu durante a madrugada de sexta-feira (10/12) e teria “sequestrado” cerca de 50 terabytes de dados relacionados à pasta. A organização Lapsus$ Group assumiu a autoria da invasão, de acordo com a mensagem deixada no site.
Em nota oficial, o órgão informou que uma série de sistemas foi afetada: e-SUS Notifica (sistema de notificação de casos de Covid), Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), ConecteSUS e funcionalidades, como a emissão do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 e da Carteira Nacional de Vacinação Digital, que estão indisponíveis no momento.
Além do Ministério da Saúde, outros órgãos federais foram alvo de ataque hacker na última sexta-feira. É o caso da Controladoria-Geral da União (CGU), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Instituto Federal do Paraná (IFPR), que tiveram seus sistemas invadidos na semana passada.
GSI
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República divulgou nota oficial na noite de segunda-feira (13/12) para prestar contas sobre a atuação do governo para lidar com as consequências do ataque. Três dias após a ocorrência, o órgão comandado pelo ministro Augusto Heleno afirmou que “o governo está atuando de forma coordenada para retomada dos serviços”.
“No dia 10 de dezembro do corrente ano, ocorreram incidentes cibernéticos contra órgãos de Governo em ambiente de nuvem”, diz a nota do GSI. “Os provedores dos serviços em nuvem estão cooperando com a administração pública federal no tratamento dos incidentes. O governo está atuando de forma coordenada para retomada dos serviços, que estão sendo reativados à medida em que o tratamento ocorre”, complementa o documento.