Ministério da Saúde nomeia militar como substituto de Roberto Dias
O general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes foi nomeado como substituto eventual de Roberto Dias. Ele já fazia parte do Ministério da Saúde
atualizado
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O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, nomeou o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes como substituto eventual do ex-diretor do Departamento de Logística da pasta, Roberto Ferreira Dias, exonerado na manhã desta quarta-feira (30/6). Ele foi demitido após suspeitas de pedido de propina na negociação por vacinas contra a Covid-19.
A nomeação foi publicada na tarde desta quarta em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Anteriormente, Ridauto era assessor do Departamento de Logística. Ele foi integrado ao cargo ainda na gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello.
Após a exoneração de Roberto Ferreira Dias, o coronel da reserva Marcelo Blanco Costa, um dos assessores do departamento, chegou a assumir o cargo como substituto eventual — já que era o segundo funcionário na hierarquia.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Blanco Costa abriu uma empresa de representação comercial de medicamentos na véspera da reunião em que Dias pediu propina pelas doses de vacina. Nesta quarta-feira, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 aprovou requerimento para a convocação do militar.
Após a publicação no DOU nesta quarta, Blanco Costa foi dispensado do cargo e o militar Ridauto Lúcio Fernandes ocupou a a função.
Ridauto Lúcio Fernandes e Marcelo Blanco da Costa são alguns dos dos militares que passaram a integrar a Diretoria de Logística do Ministério da Saúde durante a gestão de Eduardo Pazuello.
Outros integrantes da Diretoria de Logísticas nomeados durante a gestão Pazuello são o tenente-coronel Alex Lial Marinho (apontado como responsável por pressionar o servidor do Ministério da Saúde para comprar a vacina Covaxin), e o tenente-coronel Marcelo Batista Costa.
Propina
Roberto Ferreira Dias foi demitido do Departamento de Logística após a suspeita de cobrança de propina na compra de vacinas contra a Covid-19. O caso foi revelado na terça-feira (29/6) pelo jornal Folha de S. Paulo. Segundo o veículo, Dias foi acusado pelo empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply e negociava a venda de 400 milhões de doses de vacina contra o novo coronavírus.
O servidor do Ministério da Saúde teria sugerido propina de US$ 1 por unidade do imunizante. A exoneração de Dias foi anunciada na noite de terça-feira (29/6). Nesta quarta, Queiroga afirmou que o órgão está investigando a suspeita de corrupção no ministério.
“Ele [Roberto Dias] foi exonerado ontem. Quando há algum tipo de indício ou de colocação que possa sugerir fatos gravosos, a gente tem que afastar o servidor, sem avaliar o mérito de culpabilidade. Está sendo apurado, instauramos uma sindicância e essa sindicância vai trazer soluções”, disse o titular do Ministério da Saúde.