Ministério da Saúde investiga oito casos de varíola dos macacos
O Brasil já confirmou cinco casos da doença, que se tornou preocupação global. OMS estuda declarar emergencia sanitária
atualizado
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O Ministério da Saúde informou que investiga oito casos suspeitos de varíola dos macacos — os locais não foram divulgados. O Brasil já confirmou que cinco pessoas contraíram a doença.
Nesta quarta-feira (15/6), a pasta divulgou nota em que garante que medidas de controle foram adotadas, como isolamento e rastreamento de contatos em voo internacional com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“O Ministério da Saúde, por meio da Sala de Situação e do CIEVS Nacional [Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde], segue em articulação direta com os estados para monitoramento dos casos e rastreamento dos contados”, explica o texto.
O país confirmou dois novos casos de varíola dos macacos na terça (14/6). As informações, no entanto, só foram divulgadas nesta quarta. Um dos casos detectados foi no Rio de Janeiro. O outro, em São Paulo.
O caso do Rio é de um brasileiro de 38 anos, residente em Londres, que chegou ao Brasil em 11 de junho para visita familiar. A confirmação ocorreu após exame laboratorial do tipo RT-PCR.
Em São Paulo, trata-se de um homem de 31 anos, residente no município de São Paulo. O paciente possui histórico de viagem para a Europa, com retorno ao Brasil em 6 de junho. O caso também foi confirmado laboratorialmente com exame RT-PCR, seguido de sequenciamento pelo Instituto Adolfo Lutz.
O Ministério da Saúde concluiu que um óbito, de um homem de 41 anos, em investigação no estado de Minas Gerais, não foi causado pela doença.
A vítima não tinha histórico de viagem e não teve contato com caso suspeito ou confirmado para a doença. As causas da morte ainda estão em investigação.
A varíola dos macacos foi diagnosticada pela primeira vez em humanos em 1970 e, de acordo com o perfil dos pacientes infectados atualmente (homens gays ou bissexuais, em sua maioria), provavelmente é transmitida por meio do sexo sem proteção, ou mediante o contato com lesões em pessoas doentes ou gotículas liberadas durante a respiração.
Os primeiros sintomas são febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão, calafrios e bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas até cair.
A varíola de macacos é transmitida, primariamente, por contato com esquilos ou macacos infectados e é mais comum em países africanos – antes do surto atual, só quatro países fora do continente já tinham identificado casos na história.
Os cientistas acreditam que a taxa de mortalidade da doença é semelhante à da primeira cepa da Covid-19, de 1 a cada 100 infectados.
Por ser uma doença muito parecida com a varíola, a vacina contra a doença (que é considerada erradicada no mundo) também serve para evitar a contaminação. Em casos severos, o tratamento inclui antivirais e o uso de plasma sanguíneo de indivíduos imunizados.
Apesar de relativamente rara e transmissível, os especialistas europeus afirmam que o risco de um grande surto é baixo.
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