Ministério da Saúde detalha informações sobre autotestes para a Anvisa
Agência adiou autorização para uso e comercialização dos exames no país e pediu mais informações para a pasta
atualizado
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O Ministério da Saúde enviou, nos últimos minutos de terça-feira (25/1), nota técnica com novas informações à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para embasar a autorização do uso de autotestes de Covid-19 no país. A agência, na última semana, adiou a decisão sobre a comercialização dos exames por falta de dados mais consistentes.
Em nota, a Anvisa confirmou o recebimento do ofício às 23h11 de terça-feira. “A agência irá analisar e ajustar a proposta ao texto de resolução já previamente feito, submeter à procuradoria da Anvisa e deliberar”, informou o órgão. De acordo com a instituição, a análise será feita no “melhor e menor” prazo possível.
A Anvisa solicitou ao Ministério da Saúde a formalização de uma política pública sobre o tema. Em ofício enviado à agência no dia 14 de janeiro, a pasta citou aspectos técnicos sobre o uso dos autoexames.
No documento, no entanto, o órgão federal não incluiu o uso dos produtos em uma política pública para detalhar o funcionamento dos exames, ação exigida pela Anvisa. De acordo com a agência, faltam informações a respeito do uso dos produtos por pacientes leigos e sobre a notificação dos resultados à Rede Nacional de Dados em Saúde do governo federal.
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que os autotestes farão parte do Plano Nacional de Expansão da Testagem (PNI-Teste) para Covid, uma das políticas públicas do órgão no combate à pandemia. “Se aprovada, a medida será mais um eixo de apoio ao diagnóstico e monitoramento da situação epidemiológica do país. A orientação ao público sobre o manuseio dos testes, a conduta do usuário após o resultado e a notificação do diagnóstico serão incluídos na nova edição do PNE-Teste”, concluiu a pasta.
Com o envio do novo documento, a expectativa é de que a agência reguladora volte a analisar a pauta ainda nesta semana. Representantes das duas instituições se reuniram, na última sexta, para alinhamento das informações que precisavam ser repassadas.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou a garantir que os detalhamentos pedidos serão enviados à autarquia.
Votação
A decisão de adiar a autorização dos autotestes foi tomada por maioria em reunião da Diretoria Colegiada do órgão. Quatro dos cinco diretores decidiram por abrir diligência: Antonio Barra Torres, Rômison Rodrigues Mota, Meiruze Freitas e Alex Machado Campos. Apenas a relatora do processo, Cristiane Rose Jourdan, votou a favor da liberação excepcional e temporária do uso e da comercialização dos exames.
O diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, foi um dos gestores a votar pelo adiamento da decisão e pela abertura de diligência. Em seu parecer, o médico afirmou que a agência tem uma série de preocupações, como o fluxo de pacientes nos postos de saúde após a realização dos autotestes e o preparo dos profissionais de saúde para atender a essa população.
Além disso, Barra Torres pontuou que há “preocupação quanto à compilação de dados, à transformação de dados compilados em notificação e à questão dos locais em que esse autoteste pode ser feito”.