Ministério da Justiça quer integrar Nordeste para combater violência
Governo faz reunião com todos os secretários de segurança do Nordeste após divulgação de números altos da criminalidade na região
atualizado
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Uma semana após a divulgação dos dados da criminalidade no país no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) organizou uma reunião nesta quarta-feira (24/7) com representantes de todos os estados do Nordeste, região que se destacou com números altos de assassinatos e roubos.
A estratégia do ministro Ricardo Lewandowski é promover uma maior integração dos estados do Nordeste, fortalecendo ações integradas, compartilhamento de inteligência e estratégias conjuntas de combate à criminalidade.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), se sentou ao lado de Lewandowski durante a reunião com os secretários de segurança pública, que aconteceu no Palácio da Justiça, em Brasília (foto em destaque).
Violência no Nordeste
Pelo segundo ano consecutivo, a Bahia foi o segundo estado com mais mortes violentas intencionais no Anuário, ficando atrás apenas do Amapá.
Entre as 10 cidades mais violentas do país, sete são de estados do Nordeste, sendo seis da Bahia e uma do Ceará. Além da Bahia, Pernambuco e Sergipe se destacam entre as cidades com mais homicídios e mais mortes em ações policiais.
Das cinco cidades com mais ocorrências de roubo e furto de celular, três delas são do nordeste: Teresina (PI), Salvador (BA) e Lauro de Freitas (BA).
MJ promete não interferir nos estados
Lewandowski aproveitou a reunião com representantes dos estados do Nordeste para defender seu Projeto de Emenda à Constituição (PEC) que aumenta as atribuições da Polícia Federal (PF) e coloca o Sistema Único de Segurança Pública (Susp) na Constituição.
Em resumo, o Susp é uma lei criada em 2018 que prevê uma integração entre todas as polícias do país com a definição de regras e metas conjuntas, semelhante ao que acontece no Sistema Único de Saúde. Políticos de oposição sugerem que a PEC de Lewandowski é uma maneira de mandar nos estados. O ministro desmentiu essa versão.
“Não haverá nenhuma ingerência (nos estados). Até porque não queremos, não desejamos, não temos capacidade, e nem vocação constitucional para ingerir nas polícias militares, estaduais e guardas municipais. O que é preciso é que todos marchemos no mesmo sentido”, declarou Lewandowski.