Ministério da Justiça muda regras de visitas após caso da mulher do CV
Nova portaria prevê que visitantes devem se identificar com antecedência de 48 horas. Mulher do Comando Vermelho entrou no prédio duas vezes
atualizado
Compartilhar notícia
O Ministério da Justiça publicou portaria no começo da noite dessa segunda-feira (13/11) mudando as regras para acesso de pessoas à sede da pasta, em Brasília (DF), bem como a circulação no local. A medida aconteceu menos de 24 horas depois de o Estadão revelar que aconteceram duas reuniões dentro do Palácio da Justiça com a presença de Luciane Barbosa, condenada por lavar dinheiro para o Comando Vermelho (CV) e esposa de Tio Patinhas, líder da facção carioca no Amazonas.
De acordo com o texto da portaria, assinada pelo secretário-executivo do MJ, Ricardo Cappelli, participantes de compromissos públicos dentro do ministério e de seus anexos devem se identificar com antecedência mínima de 48 horas, fornecendo nome e CPF.
Além disso, a portaria prevê a obrigação de um contato entre a recepção do edifício público e o departamento que vai receber a visita. Pessoas sem agendamento prévio serão atendidas na recepção para identificação e orientação.
Polêmica
Ainda nessa segunda, o secretário de Assuntos Legislativos do MJ, Elias Vaz, assumiu a culpa por ter permitido a presença de Luciane Barbosa no palácio – ele se desculpou, mas garantiu que não sabia dos antecedentes da mulher.
“Quero lamentar esse episódio. Se teve algum erro, esse erro foi da minha parte, de não ter feito uma verificação mais profunda das pessoas que vou receber”, explicou o secretário.
De acordo com Elias Vaz, Luciane entrou na sede do ministério como acompanhante da ex-deputada estadual do Rio de Janeiro pelo PSol Janira Rocha.
Janira marcou uma reunião para levar mães de filhos assassinados que lutam por justiça, mas, no dia do encontro, apareceu na companhia de Luciane, que se apresentou como representante de uma organização que luta por melhorias no sistema prisional.
Por meio de Elias Vaz, Luciane então participou de nova reunião com o secretário de Assuntos Penais, Rafael Velasco.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, não se manifestou publicamente, mas usou suas redes sociais para dizer que não tinha conhecimento e não participou dessa reunião.