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Ministério da Agricultura vai cassar registros de três frigoríficos

Auditoria da pasta encontrou produtos que poderiam prejudicar a saúde da população, contaminados por bactérias nocivas

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A auditoria que o Ministério da Agricultura fez nos 21 frigoríficos que foram alvo da Operação Carne Fraca encontrou produtos que poderiam prejudicar a saúde da população. De um total de 302 amostras analisadas, uma tinha a bactéria estafilococo, que pode causar vômito e diarreia, e sete tinham salmonela. Após divulgar os resultados, o secretário-executivo da pasta, Eumar Novacki, anunciou que, como resultado da auditoria, o ministério iniciou procedimentos para cassar o registro de três frigoríficos.

Peccin, Souza Ramos e Central de Carnes — este, por fraudes de caráter econômico, segundo o ministério — vão sofrer a sanção. Além disso, esses frigoríficos poderão ter problemas na esfera criminal. A pasta vai encaminhar os indícios de crime para a PF e para o Ministério Público.

Alguns tipos de salmonela também causam esses sintomas, mas não as que estavam nos hambúrgueres.

Todas as amostras com salmonela eram de hambúrguer comercializado como Novilho Nobre, produzido pela Transmeat, cuja linha de produção foi interditada. Já a estafilococo foi encontrada em uma amostra de linguiça da Frigosantos. Nesse frigorífico, o problema foi descoberto nesta quinta-feira (6/4), por isso as providências ainda estavam em curso, mas a linha também será interditada. Os produtos serão apreendidos e descartados.

Os fiscais também detectaram, nas salsichas e linguiças dos frigoríficos Peccin e Souza Ramos, uso de ácido sórbico — conservante permitido, mas não em embutidos, pois pode maquiar uso de matéria-prima próxima ao vencimento.

Em 31 amostras, foram encontradas fraudes econômicas, como excesso de água no frango processado pela BRF em sua planta em Mineiros (GO) e no produto da Frango DM, de Arapongas (PR). Nas salsichas da Peccin e da Souza Ramos, havia amido acima do permitido.

Defesas
A Transmeat divulgou uma nota técnica na qual explica que o hambúrguer é feito com carne bovina e gordura suína (toucinho), o que é permitido. E, na carne suína, é permitida uma presença mínima de salmonela. O ministério havia informado mais cedo que não é tolerada a presença de salmonela em hambúrgueres.

A Frigosantos informou por nota que a produção “é fundada nos mais rigorosos controles de qualidade e higiene.” A BRF e a Frango DM questionaram o resultado e informaram haver solicitado contraprova à Agricultura. A reportagem não conseguiu contato com a Peccin. A Central de Carnes pediu cancelamento de sua inscrição no Serviço de Inspeção Federal (SIF). A Souza Ramos encerrou suas atividades.

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