Minas Gerais: quase mil pessoas são evacuadas por riscos em barragens
A Justiça de Minas determinou suspensão de mais duas barragens em Itabira. As mesmas só poderão voltar a funcionar após atestar estabilidade
atualizado
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O número de moradores em Minas Gerais retirados de suas casas pela mineradora Vale, desde que ocorreu a tragédia de Brumadinho (MG), está próximo dos quatro dígitos. Segundo dados fornecidos pela mineradora, são 973 atingidos de cinco cidades diferentes. Esse total não leva em conta aqueles que precisaram deixar suas residências, mas já retornaram com autorização da Defesa Civil do estado.
A Justiça de Minas Gerais determinou que a mineradora Vale suspenda as atividades de mais duas de suas barragens no estado. Segundo decisão da juíza Dayane Rey da Silva, da 1ª Vara Criminal e da Infância e da Juventude de Itabira (MG), as barragens dos diques Minervino e Cordão Nova Vista, em Itabira, deverão permanecer inativas até que a empresa consiga atestar a estabilidade das estruturas.
Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), a decisão também impede a realização de qualquer tipo de atividade de construção, alteamento e obras, exceto para reparar eventuais danos ou garantir a segurança das barragens. Além disso, em caso de obras, a Vale deverá tomar as providências necessárias para evacuar as áreas próximas ao chamado Complexo Pontal/Cauê, removendo toda a população da área de impacto do empreendimento.
Se descumprir as determinações, a mineradora poderá ser multada em R$ 1 milhão. A decisão judicial foi um resultado da ação civil pública com pedido de antecipação de tutela movida pelo Ministério Público estadual (MP-SP).
A empresa informou que começou a atender a determinação judicial tão logo foi notificada, paralisando as atividades e reforçando a vigilância. Disse ainda que adotará todas as outras medidas, inclusive cercando a área para evitar o acesso da população, e comunicando o bloqueio às comunidades dos bairros próximos.
A Vale ainda informou que a suspensão das atividades das barragens não terá impacto “significativo” nas operações da Mina Cauê, em Itabira, pois seus rejeitos já vinham sendo direcionados para outras estruturas “que não interferem nos referidos diques”.