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Militares defendem transição para mudar idade mínima de aposentadoria

Militares admitem dar contribuição para o ajuste fiscal, mas pedem que a mudança na idade mínima para a reserva respeite uma transição

atualizado

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Marinha do Brasil
Ministro José Múcio e almirante Olsen
1 de 1 Ministro José Múcio e almirante Olsen - Foto: Marinha do Brasil

As medidas acordadas entre a equipe econômica do governo Lula e o Ministério da Defesa já estão circulando entre o meio militar. A maior preocupação dos integrantes das Forças Armadas neste momento é com a garantia de uma transição na mudança da idade para a transferência para a reserva remunerada (que funciona como uma aposentadoria militar). O pacote de corte de gastos deverá incluir o estabelecimento da idade mínima de 55 anos para a transferência para a reserva.

Em um texto da Marinha que circula desde segunda-feira (25/11), obtido pelo Metrópoles, o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen diz que as instituições tentaram não impactar significativamente o fluxo de carreira. Segundo ele, foi tentada “uma transição que possibilitasse a convergência da idade média de passagem para a reserva para a idade mínima a ser implementada”.

Para os comandantes das Forças, as medidas visaram preservar direitos para manter a “desejável atratividade para o ingresso e permanência” nas Forças Armadas.

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Ministro da Defesa, José Múcio, e almirante Olsen
Almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen cumprimenta Cristiano Zanin
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Comandante da Marinha Almirante Marcos Olsen

Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen cumprimenta Cristiano Zanin

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Os militares também salientaram ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que o Sistema de Proteção Social dos Militares das Forças Armadas (SPSMFA) passou por uma reestruturação recente para contribuir para o ajuste fiscal. Na visão deles, essas mudanças já surtiram efeitos benéficos para o equilíbrio das contas públicas e são reconhecidas pelo governo.

A inclusão da Defesa entre as pastas alvo das futuras tesouradas foi um pedido do próprio presidente da República ao ministro da Fazenda. O impacto fiscal das medidas direcionadas a eles é estimado na casa dos R$ 2 bilhões por ano. Apesar de pouco expressivo, o valor é simbólico pois mostra que não serão atingidas apenas as pastas da área social.

Morte ficta

Também deverá entrar no pacote uma medida apoiada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a extinção da chamada “morte ficta” (morte fictícia). O militar que perder posto e patente, ou for excluído a bem da disciplina, deixará de ter direito a instituir pensão para seus beneficiários declarados.

As Forças haviam destacado que esse benefício havia sido alterado em 2019, quando o valor da pensão passou a ser proporcional ao tempo de serviço do militar excluído.

A Marinha entende que a morte ficta é uma medida que alcançará pouca gente, visto que a Força possui somente 87 casos desde o ano de 2001. Portanto, as projeções indicam um universo bastante reduzido de potenciais atingidos por essa supressão.

Elevação da contribuição para os Fundos de Saúde

Outra medida prevê a elevação gradual da alíquota de contribuição para os Fundos de Saúde para 3,5% em 2026. Tal medida contribuirá para reforçar as receitas do Fundo de Saúde da Marinha (FUSMA) e, assim, aprimorar o custeio de despesas médicas e hospitalares.

O governo busca corrigir um descompasso entre as alíquotas de contribuição estabelecidas por cada Força, o que prejudica os parâmetros de distribuição dos recursos orçamentários para esse fim.

Atualmente, a contribuição em vigor para o FUSMA é de 1,8% para o titular, 0,3% por dependente direto e 1,2% por dependente indireto.

O objetivo dessa medida é fixar e padronizar a alíquota de contribuição para os fundos de saúde em 3,5% para os militares e pensionistas, independentemente da quantidade de dependentes diretos e indiretos, desde que atendam aos requisitos legais para o respectivo enquadramento da relação de dependência.

A elevação da alíquota ocorrerá em duas etapas, visando acompanhar os momentos em que forem concedidos os reajustes acordados com o governo, de modo a não ocasionar redução da remuneração líquida recebida pelos militares e pensionistas das Forças Armadas, a fim de “preservar as condições socioeconômicas da Família Naval”.

Podem ser declarados como dependentes dos militares o cônjuge, os filhos ou enteados menores de 21 (vinte e um) anos ou os inválidos. Desde que não recebam rendimentos, também podem ser declarados como dependentes o pai, a mãe, o filho ou enteado estudante menor de 24 (vinte e quatro) anos e o tutelado ou o curatelado inválido ou menor de 18 (dezoito) anos de idade que viva sob a sua guarda por decisão judicial.

Pensões

Mais um ponto sob revisão é o fim da previsão legal da pensão de cônjuges e filhos serem absorvidas, após o falecimento deles, por beneficiários de segunda ou terceira ordem, como irmãos de até 21 anos de idade ou 24 anos, caso esteja matriculado em uma universidade, e se forem dependentes.

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