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Militares chegaram a direcionar R$ 100 mil para financiar golpistas

Diálogo entre Mauro Cid e Rafael Martins e outros mostram que militares financiariam e organizariam atos que pediam golpe de Estado

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Tenente-coronel do Exército Brasileiro, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fica em silêncio durante sessão da CPMI do 8 de Janeiro
1 de 1 Tenente-coronel do Exército Brasileiro, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, fica em silêncio durante sessão da CPMI do 8 de Janeiro - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Militares próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) orientaram e financiaram golpistas que realizaram manifestações pelo Brasil pedindo um golpe militar e contrários ao resultado das eleições de 2022.

Os indícios dessa orientação e desse financiamento foram revelados pela Polícia Federal em investigação que culminou na operação Tempus Veritatis, deflagrada nesta quinta-feira (8/2) com o cumprimento de mandados de prisão e busca. Um dos alvos é Bolsonaro.

“A representação noticia a realização de reuniões por integrantes civis do governo federal e militares da ativa para encaminhar orientações aos manifestantes de como agirem, locais de atuação, além de financiarem e respaldarem suas ações, por meio da Forças Armadas”, diz trecho da decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes ao citar representação da PF.

Conversas entre militares

Nas conversas por mensagem descobertas pela Polícia Federal, o major Rafael Martins e Mauro Cid falam sobre a necessidade de recursos financeiros entre os dias 14 e 15 de novembro.

Em 14 de novembro, Cid fala sobre uma “estimativa” para trazer apoiadores, com custo de alimentação, estadia e outros gastos e cita o valor de R$ 100 mil, sobre o qual Martins concorda.

No dia seguinte, é encaminhado para Cid um documento protegido por senha intitulado “Copa 2022”, em que estaria “com as necessidades iniciais”. O major orienta Cid a apagar o documento posteriormente e reitera que o valor pedido é R$ 100 mil.

Para a PF, o major Rafael atuou diretamente no direcionamento dos manifestantes para alvos de interesse, além de realizar a coordenação financeira e operacional para dar suporte aos atos antidemocráticos.

Veja os diálogos:

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A reportagem tenta contato com as defesas de Rafael e Cid. O espaço segue aberto.

Relação com Mauro Cid

Esse esquema de apoio, inclusive financeiro, aos golpistas foi revelado em conversas entre o major das Forças Especiais do Exército, Rafael Martins, e o tenente-coronel Mauro Cid, que era chefe da ajudância de ordem de Bolsonaro. Rafael foi preso na operação desta quinta.

Durante uma conversa de 11 de novembro de 2022, Rafael Martins pede orientações de Cid sobre locais para realizar manifestações e o então ajudante de ordem garante que as Forças Armadas vão garantir a permanência dos manifestantes golpistas no local.

Ainda nas mensagens, Cid confirma que os alvos dos golpistas seria o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Ele também diz que as tropas vão garantir a segurança dos manifestantes.

Já no dia 15 de novembro, Cid e Rafael trocam chamamentos para as manifestações do 15 de novembro, feriado da Proclamação da República, quando houve um grande ato no QG do Exército em Brasília, paralisado após uma forte chuva.

Para a PF, as mensagens são indícios de que “os protestos convocados não se originavam da mobilização popular, mas sim da arregimentação e do suporte direto do grupo ligado ao então presidente Bolsonaro”.

R$ 100 mil para necessidades iniciais

 

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