Militar que teria pagado contas de Michelle depositou R$ 70 mil para Cid
Segundo relatório do Coaf, os repasses ocorreram entre 26 de julho de 2022 e 25 de janeiro deste ano
atualizado
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De acordo com um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o segundo-sargento Luis Marcos dos Reis, suspeito de sacar dinheiro vivo para pagar as contas da então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, depositou mais de R$ 70 mil para o tenente-coronel Mauro Cid. ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). As informações são do portal UOL.
O relatório do Coaf enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques de 8 de janeiro aponta dois lançamentos de Reis na conta de Cid. Os repasses ocorreram entre 26 de julho de 2022 e 25 de janeiro deste ano.
“Principais remetentes/depositantes identificados: Luis Marcos dos Reis – (segundo-sargento EXÉRCITO – militar em geral) – 2 lançamento(s) no total de: R$70.410,00”, diz trecho do relatório.
Luis Marcos dos Reis é um dos seis presos pela Polícia Federal (PF) por supostamente falsificar registros de vacina no Sistema Único de Saúde (SUS).
Aa PF já havia descoberto que uma empresa com contratos públicos realizava transferências para Luis Marcos dos Reis, enquanto ele teria sacado os valores e pagado a fatura de um cartão usado por Michelle.
O cartão estaria no nome de Rosimary Cardoso Cordeiro, mas seria utilizado pela ex-primeira-dama. O uso do cartão foi revelado no início deste ano, na reportagem Exclusivo: o caixa 2 de Jair Bolsonaro no Planalto e Segredos do Alvorada, assinada pelos jornalistas Rodrigo Rangel e Sarah Teófilo, do Metrópoles.
Movimentação nas contas de Cid
Nessa quinta-feira (27/7), veio à tona um relatório do Coaf que aponta uma movimentação “atípica” e “incompatível” nas contas bancárias do tenente-coronel Mauro Cid.
De acordo com o órgão que combate a lavagem de dinheiro, o ex-ajudante de ordens movimentou R$ 3,2 milhões em sete meses. As transações bancárias ocorreram de 26 de junho de 2022 a 25 de janeiro de 2023.
Além de ser acusado de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro, Cid é suspeito de fazer parte de um esquema de caixa 2 e de “rachadinha” com recursos do Planalto.
O tenente-coronel teria realizado operações que somaram R$ 1,4 milhão em débitos e R$ 1,8 milhão em créditos. No entanto, a remuneração mensal do militar era de R$ 26.239.
No relatório, o Coaf considerou que há indícios de “movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e capacidade financeira do cliente”.
A defesa de Cid, por sua vez, afirma que todas as movimentações do tenente-coronel, inclusive as que se referem a transferências internacionais, são lícitas e já foram esclarecidas para a Polícia Federal.