Militar preso pela PF nega ter informações sobre morte de Marielle
Oficial da reserva foi preso devido à operação da PF sobre esquema de falsificação de dados de vacina contra Covid-19 no sistema da Saúda
atualizado
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O militar da reserva major Ailton Gonçalves Moraes Barros, preso pela Polícia Federal (PF), negou, de forma informal, que tenha alguma informação sobre as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Torres.
Ailton foi preso no âmbito da Operação Venire, em 3 de maio, que investiga esquema de falsificação de dados de vacina contra Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, que teria beneficiado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em mensagem descoberta pela PF, Ailton mandou um áudio para o ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, coronel Mauro Cid, dizendo que teria informações sobre o caso Marielle. “Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei a porra toda. Entendeu?”, disse o militar da reserva na gravação.
Segundo o jornal O Globo, no entanto, Ailton falou para os policiais federais que, na verdade, não teria essas informações. Mas teria negado isso de forma informal, sem ser documentado no inquérito. Um policial teria falado que Ailton só sabe detalhes da investigação já divulgados pela imprensa.
Para uma pessoa que visitou Ailton na prisão, o militar da reserva teria dito que a fala foi apenas uma “bravata” para impressionar o coronel Cid, segundo apuração do G1. Ailton é ex-candidato a deputado estadual pelo PL do Rio de Janeiro.
Caso Marielle
Cinco anos após a morte da vereadora, o caso segue em aberto. Em uma das últimas atualizações sobre o episódio, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovou, por unanimidade, o recurso em que as famílias da parlamentar e do motorista Anderson Gomes pedem acesso aos autos da investigação sobre os mandantes do crime.
Até o momento, as investigações levaram à prisão do policial militar reformado Ronnie Lessa e do ex-policial militar Élcio de Queiroz pela execução do crime. Os motivos e os mentores do atentado, porém, permanecem desconhecidos.