Militar diz à PF que teve que dar água a golpistas em 8/1 para acalmá-los
Militar do GSI aparece em imagens do interior da sede do poder Executivo interagindo com os golpistas, inclusive discutindo com um grupo
atualizado
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O major do Exército José Eduardo Natale afirmou que foi obrigado a dar água aos invasores do Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro. O militar é um dos integrantes do Gabinete de Segurnça Institucional (GSI) da Presidência da República que aparecem em imagens do interior da sede do Poder Executivo interagindo com os golpistas, inclusive discutindo com um grupo.
Em seu depoimento à Polícia Federal, divulgado na noite desta terça-feira (25/4), Natale afirmou que chegou ao Palácio do Planalto por volta de 8h, mas foi ao Alvorada às 14h e retornou às 14h30. Ao chegar no local, ele diz que foi à copa para tomar água e deu de cara com um grupo de três ou quatro invasores “exaltados”. Eles teriam questionado “de forma exaltada que lugar era aquele e exigiram que lhes dessem água”.
“O declarante entregou algumas garrafas de água com o intuito de acalmá-los e que não danificassem a copa e ainda solicitou que saíssem do local”, diz a oitiva do militar.
Natale prestou depoimento no domingo (23/4), junto com outros oito militares do GSI. As investigações buscam saber se houve omissão de agentes públicos durante a invasão.
O militar declarou que tirou seu paletó, gravata e pistola para infiltrar-se no Palácio tomado pelos manifestantes, “afim de conter danos, bem como evitar o furto de sua arma, já que estava sozinho”.
Natale ainda afirmou que, quando recebeu a escala do dia seguinte, foi informado de uma ligação acerca de urna possível invasão ao Palácio do Alvorada. A indicação de risco era o laranja, sendo que tal gradação corresponde ao terceiro nível de gradação de risco, de um total de cinco níveis.
Inicialmente, segundo Natale, a manifestação iria para a Praça dos Cristais, e nãoo para a Praça dos Três Poderes, e teria apenas 2 mil manifestantes.