Sitiado por militantes, Lula não consegue deixar sede de sindicato
Há movimento para que ninguém entre na garagem do Sindicato dos Metalúrgicos e outro para o ex-presidente não sair. PF está na rua lateral
atualizado
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Enviado especial a São Bernardo do Campo (SP) – Um grupo de militantes fez um cordão de isolamento no portão lateral da saída do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para impedir a saída de Luiz Inácio Lula da Silva do local nesta tarde. Pouco antes das 17h, houve empurra-empurra e o portão foi derrubado (foto em destaque) quando um carro tentou deixar o edifício. O ex-presidente e seu advogado, Cristiano Zanin Martins, estavam dentro do veículo para ir ao encontro de comboio da Polícia Federal, nas imediações.
Depois de cerca de 10 minutos de tentativas de convencer os apoiadores a liberarem a passagem, o político desistiu: desembarcou do carro e voltou para dentro do prédio da entidade sindical. “Lula livre” e “cercar, cercar e não deixar prender” estão entre as frases entoadas pelos simpatizantes do petista. Quando Lula retornou ao sindicato, a militância comemorou: “O Moro quer Lula? Vem buscar então”.
Confira o momento da confusão:
O cerco ao sindicato começou por volta das 16h30, horário marcado pela defesa do petista para ele se apresentar aos agentes federais. Alguns militantes sentaram em frente ao portão. Depois, amarraram as grades com arames, a fim de evitar a abertura da passagem. As possíveis saídas da entidade foram cercadas.
A tensão foi amenizada no local quando portão foi fechado e seguranças que estavam do lado de dentro para garantir a saída de Lula, em sinal de apoio aos manifestantes, também sentaram no chão. Em dado momento, o ex-presidente apareceu à janela para ver a movimentação. Rapidamente ele retornou para dentro do edifício.
Há um movimento a fim de que ninguém – especialmente policiais federais – entre na garagem e outro para o ex-presidente não sair. A militância também entoa “Lula na veia, Moro na cadeia”, uma crítica ao autor do mandado de prisão.
Um dos simpatizantes gritou e foi muito aplaudido: “O presidente agora é nosso prisioneiro. Daqui ele não sai nem com a polícia. Eles não têm coragem de vir buscá-lo”. Por enquanto, policiais federais não chegaram ao prédio (aguardam em uma rua lateral), mas há informações de terem policias velados infiltrados no meio da multidão.
Caso a apresentação do político ocorra após às 18h, é possível que ele pernoite na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, visto que o avião da corporação não decola após esse horário. Assim, a transferência para Curitiba (PR), onde ele ficará detido, conforme determinou Sérgio Moro, só seria realizada na manhã seguinte.