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Milícias digitais e carta pressionaram Exército a apoiar golpe

Inquérito da PF apontou que Mauro Cid se reuniu com coronéis para avaliar formas de pressionar comandantes do Exército a aderirem ao golpe

atualizado

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Imagem colorida, Mauro Cid
1 de 1 Imagem colorida, Mauro Cid - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O relatório final das investigações da Polícia Federal (PF) sobre a trama golpista após as eleições de 2022 apontou que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, se reuniu com coronéis para planejar e executar ações para pressionar a alta cúpula do Exército a aderir ao golpe.

As investigações da PF revelam que o encontro, realizado na última semana de novembro de 2022, visava encontrar formas para pressionar o então comandante do Exército, general Freire Gomes, e o alto comando a aderirem ao golpe. Na reunião estavam presentes Mauro Cid, o coronel Anderson Lima de Moura, o coronel Carlos Giovani Delevati Pasini, o coronel José Otávio Machado Rezo Cardozo, o coronel Sérgio Cavaliere, o coronel Ronald Ferreira, o coronel Bernardo Romão Correa Netto, Fabrício Moreira de Bastos e Nilton Diniz Rodrigues.

No encontro, foi redigido o documento: “Carta dos oficiais superiores ao comandante do Exército brasileiro”. “Os integrantes da organização criminosa buscavam obter o suporte do braço armado do Estado para que o então presidente da República, Jair Bolsonaro, assinasse o decreto golpista, mantendo-se no poder, sem oposição dos poderes constituídos, especialmente do poder Judiciário”, diz o relatório da PF.

Outra forma utilizada para pressionar a alta cúpula das Forças Armadas foi o uso de milícias digitais. Os alvos foram o então comandante militar do Nordeste, general Richard Fernandes Nunes, o comandante militar do Sudeste, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, e o comandante do Estado Maior do Exército, general Valério Stumpf Trindade. Nenhum deles estava presente na reunião com Mauro Cid.

“Os investigados, ao concluírem a reunião, estabeleceram as ações que deveriam adotar (ideias-força), especialmente no campo informacional, com o fim de estabelecer uma relação de confiança entre o então comandante do Exército, general Freire Gomes e o presidente Jair Bolsonaro, para garantir o êxito das ações que subverteriam o Estado”, consta no inquérito da PF.

Veja abaixo os núcleos da trama golpista:

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Núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos
Núcleo de inteligência paralela
Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas
Núcleo Jurídico
Núcleo de Incitação Militar
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Núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral

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Núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos

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Núcleo de inteligência paralela

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Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas

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Núcleo Jurídico

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Núcleo de Incitação Militar

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Ainda segundo o texto da corporação, estavam também presentes o assistente do comandante de operações terrestres, Cleverson Ney Magalhães, e o general Estevam Theóphilo, que aderiu ao plano de golpe de estado.

Pressão

O relatório esclarece que, após a reunião, o influenciador e economista Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, de forma coordenada com os demais investigados, começou a expor os comandantes que resistiam a aderir ao golpe.

“Paulo Figueiredo também iniciou a disseminação do conteúdo da Carta para incitar parcela da população, especialmente no meio militar, no sentido de que um possível levante estava em andamento”.

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