Milícia do RJ falava em matar Jerominho: “Resolver esses velhos logo”
Mensagens foram interceptadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Grupos disputam a região da zona oeste do Rio
atualizado
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Rio de Janeiro – A Polícia Federal e o Ministério Público interceptaram conversas entre os integrantes da maior milícia do Rio, comandada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho. Em uma delas, eles falam da possibilidade de matar Jerônimo Guimarães, o Jerominho, fundador da antiga Liga da Justiça. Os dois grupos disputam a região da zona oeste da cidade.
“Resolver esses velhos logo. Praga do crl (sic)’, diz Rodrigo dos Santos, o Latrell, considerado o número dois na hierarquia da milícia de Zinho, em uma das mensagens obtidas pela TV Globo.
Sobrinho de Zinho, Matheus da Silva Rezende, o “Teteus” responde a Latrell: “Levanta logo eles”, em referência ao levantamento de informações de Jerominho e seu comparsa, o Natalino. Os dois finalizam a conversa com: “Família Braga até o fim”.
Segundo a investigação, a troca de mensagens ocorreu pouco antes de Latrell ser preso, em 17 de março. Jerominho morreu no dia 8 de agosto, a quadrilha é suspeita pelo crime. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Alvo de operação
A “tropa do Zinho”, como é conhecida, foi alvo de uma ação da PF e do MP nessa quinta-feira (25/8). Com 23 mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Especializada no Combate ao Crime Organizado da Capital, apenas oito pessoas foram encontradas.
De acordo com as investigações, o grupo fomenta “uma matança generalizada” de ” integrantes da milícia rival e de quaisquer pessoas que possam auxiliar os seus inimigos, ou prejudicar o andamento de suas atividades criminosas”.
Segundo o Ministério Público do Rio, o grupo paramilitar também é acusado de praticar extorsões em sua área de influência, cobrando o pagamento de “taxas” de comerciantes e prestadores de serviços. Eles também são responsáveis pela corrupção ativa de agentes das Forças de Segurança.