Milícia cobrava taxa mensal, diz ex-moradora de prédio que desabou
Mulher contou que grupo paramilitar pedia R$ 100 todos os meses, obrigatórios, aos moradores e que vigiam o local o tempo todo
atualizado
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Uma ex-moradora do condomínio onde dois prédios despencaram na manhã desta sexta-feira (12/4), na zona oeste do Rio de Janeiro, contou que, há pouco mais de dois anos, milicianos invadiram o local e passaram a cobrar uma taxa mensal dos moradores. A informação é do jornal O Globo.
De acordo com a mulher, ela comprou uma casa no condomínio Figueira do Itanhangá em 2008. No entanto, só começou a morar lá em 2017. Foi então que as cobranças começaram: a milícia pedia R$ 100 todo o mês. A ex-moradora ainda relatou que as pessoas eram revistadas com frequência.
“A relação com eles é péssima, né? Eles são donos de tudo. Tem morador que é revistado para poder entrar. Antigamente, aqui era um condomínio em que as pessoas compravam o terreno para fazer casas. Mas, desde que eles chegaram, começaram a fazer vários prédios. De um ano para cá, foi uma explosão de construções”, informou.
Regras
Ao O Globo, os moradores contaram que os milicianos vigiam o local o tempo todo. Enquanto a reportagem conversava com pessoas que estavam no condomínio, homens, identificados como olheiros, passaram observando.
“Tem que tomar cuidado porque os olheiros estão passando. Eu não posso falar muito”, disse uma moradora.
De acordo com a reportagem, uma placa na entrada do condomínio informa que a cobrança de uma taxa dos moradores se tornou obrigatória desde janeiro 2018. O pagamento precisa ser feito até o dia 10, com multa diária de R$ 1 por atraso.
Veja imagens do local onde os prédios desabaram: