Milhares aguardam fala de Lula em frente a sindicato no ABC paulista
Os militantes se aglomeram sob o sol, mantendo uma barreira diante do prédio em São Bernardo do Campo
atualizado
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Enviados especiais a São Bernardo do Campo (SP) – Enquanto espera decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre novo pedido de habeas corpus impetrado por seus advogados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe, nesta sexta-feira (6/4), autoridades e artistas em uma sala no terceiro andar do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP). Do lado de fora do prédio, pelo menos 6 mil pessoas, segundo informações da Guarda Municipal, aguardam pronunciamento do petista, que deve falar às 16h.
Os apoiadores de Lula se aglomeram sob o sol para manter uma barreira em frente ao edifício. É o caso da professora Marina Inês do Nascimento, que deixou a mãe em um hospital, onde está internada após um acidente vascular cerebral, para dar apoio ao líder petista. “Ela era da luta e sempre reconheceu que o povo pobre precisa lutar. Estou aqui pela minha mãe e pelo povo negro, que ajudou a construir a democracia que estão querendo destruir”, disse, com lágrimas nos olhos. De acordo com Marina, a mãe dela, aos 86 anos, não tem chances de recuperação, na avaliação dos médicos.
Lideranças do PT estão se revezando sobre o caminhão de som em frente ao sindicato. Os deputados federais Vicentinho (PT-SP), Luiza Erundina (PSol-SP), Paulo Pimenta (PT-RS), entre outros, defenderam a inocência do ex-presidente. A cada vez que o juiz federal Sérgio Moro e o Supremo Tribunal Federal (STF) eram mencionados, muitas vaias e xingamentos.
Dentro do sindicato, Lula conversou com religiosos e artistas, como a cantora Leci Brandão e o rapper Taíde. Na sala, a cúpula do PT anunciou a Lula a decisão dos sindicatos e movimentos sociais em manter a resistência à prisão decretada pelo juiz federal Sérgio Moro, que deu prazo até as 17h desta sexta para o ex-presidente se entregar.“Há 40 anos, esse sindicato foi palco da resistência contra a ditadura e hoje será um dia histórico contra um judiciário que se comporta de forma política”, afirmou Guilherme Boulos, presidente do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).