Micro e pequenas empresas criaram 70% dos empregos no 1° semestre
As micro e pequenas empresas criaram quase 710 mil vagas no país. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged)
atualizado
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As micro e pequenas empresas (MPE) continuam sendo a força motriz por trás do crescimento do emprego no Brasil. Um levantamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), revela que as MPEs criaram quase 710 mil vagas, o que equivale a cerca de 70% de todos os empregos formais gerados no país. Isso significa que 7 em cada 10 empregos foram gerados por micro e pequenas empresas.
O estudo foi feito com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, referentes ao primeiro semestre de 2023. O quadro é semelhante ao que já havia sido registrado nos primeiros semestres de 2021 e 2022.
A empresária e contadora Edma Severo, de 42 anos, tem um escritório de contabilidade com 3 funcionárias no Distrito Federal e conta que, apesar de não ser uma tarefa fácil, fica muito feliz em poder empregar outras pessoas.
“Ajudar na evolução da sociedade, no crescimento econômico do nosso país, é uma troca múltipla. O que mais me impulsiona é saber que o meu negócio pode ajudar pessoas e isso não tem preço”, afirma Edma.
Segundo o economista Ciro de Avelar, infelizmente a importância das micro e pequenas empresas para a economia brasileira é pouco notada, já que as análises, em geral, são feitas observando, principalmente, as grandes e médias empresas.
“As micro e pequenas empresas correspondem por quase 30% do PIB, respondem, predominantemente, pelas contratações do mercado de trabalho e são mais de 90% das empresas do Brasil. Fica cada vez mais evidente que os agentes públicos, os bancos de fomento, precisam investir nas micro e pequenas empresas, porque são elas que têm a capacidade de absorver a massa de trabalho e gerar emprego formal. É preciso dar incentivo”, explica Ciro.
Setores que mais empregam
No primeiro semestre deste ano, os pequenos negócios do setor de serviços foram responsáveis por gerar mais de 394 mil contratações, seguidos pelas empresas de construção (147 mil), indústria da transformação (72 mil) e comércio (60 mil).
Em todos os segmentos, as micro e pequenas empresas apresentaram saldo positivo no mês de junho, já entre as médias e grandes empresas (MGE), houve o registro de saldos negativos no comércio (-5.275) e construção (-2.544). Os destaques entre as MGE ficaram com as empresas de serviços (18.302), agropecuária (5.812) e indústria da transformação (2.055).
Ministério do Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte
Em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criou o ministro do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. O foco, segundo o governo, será impulsionar a cultura empreendedora do país, uma das principais ênfases da campanha eleitoral do presidente.
Anteriormente conhecido como Secretaria da Micro e Pequena Empresa e Empreendedorismo (Sempe), que fazia parte do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), este novo ministério terá como missão elaborar políticas públicas e fornecer apoio a áreas como empreendedorismo, micro e pequenas empresas, formalização de pequenos negócios, artesanato e microempreendedorismo.
Algumas das principais responsabilidades do novo ministério incluem:
- políticas, programas e ações de apoio ao empreendedorismo;
- políticas, programas e ações de apoio à microempresa e à empresa de pequeno porte;
- políticas, programas e ações de apoio ao artesanato e ao microempreendedor;
- promoção da competitividade e da inovação das microempresas e empresas de pequeno porte;
- articulação e incentivo à participação da microempresa, da empresa de pequeno porte e do artesanato nas exportações brasileiras de bens e serviços;
- políticas destinadas ao microempreendedorismo e ao microcrédito.
No primeiro quadrimestre de 2023, o Brasil registrou um total de 21.020.285 empresas ativas, considerando matrizes, filiais e microempreendedores individuais (MEI), sendo que 93,7% dessas empresas são microempresas ou empresas de pequeno porte. Márcio França se comprometeu a impulsionar o desenvolvimento desses empreendedores, inclusive incentivando as exportações de produtos e serviços brasileiros.