MG: com aldeia inundada por rio contaminado, indígenas ocupam ferrovia
Aldeia Naô Xohã foi inundada pelo Rio Paraopeba, contaminado com rejeitos de metais pesados do desastre de Brumadinho
atualizado
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Indígenas Pataxó e Pataxó Hã-hã-hãe da aldeia Naô Xohã, que vivem próximos a São Joaquim de Bicas (MG), estão desabrigados desde o começo deste mês de janeiro devido às fortes chuvas. O rio Paraopeba, que margeia a comunidade, está contaminado por metais pesados, rejeitos de minérios da barragem que se rompeu em Brumadinho (MG), há três anos.
De acordo com informações do portal Brasil de Fato, os indígenas ficaram abrigados em uma escola municipal de 9 a 24 deste mês. Com o retorno das aulas, porém, foram retirados do local. Sem poder retornar à aldeia, que está inundada, as famílias ocuparam, desde terça-feira (25/1), uma linha férrea da empresa MRS.
A sirene da linha de trem, segundo o grupo, tem tocado de forma incessante desde então. Os indígenas reivindicam que a mineradora Vale, responsável pela administração da barragem que poluiu o Rio Paraopeba, forneça um novo local sem contaminação para a estadia das famílias.
No fim da tarde de quinta, uma liminar favorável à MRS foi concedida pela 2ª Vara Cível de Igarapé e determinou a saída imediata do grupo. Os responsáveis pela empresa argumentaram prejuízo à atividade econômica.
No vídeo abaixo, é possível ouvir o barulho das sirenes. O cacique Arakuã denuncia o incômodo persistente à comunidade composta por crianças e idosos, membros vulneráveis da aldeia.
Veja:
Aqui dá pra ouvir a sirene. É desumano, gente! pic.twitter.com/1Z9LYjiQxJ
— Áurea Carolina (@aureacarolinax) January 27, 2022
Em outro registro, as famílias apontam a falta de diálogo com a mineradora:
🏹🌿✊🏾 pic.twitter.com/9Y1875sah3
— Avelin Kambiwá 🏹🐆 (@AvelinBuniaca) January 27, 2022