MG: se barragem rompesse, lama chegaria a casas em menos de 1h
Após alerta máximo, sirenes foram acionadas e moradores da região de Barão dos Cocais tiveram de deixar suas casas
atualizado
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A tensão aumentou em torno de mais uma barragem da Vale, desta vez a de Barão dos Cocais, em Minas Gerais. Moradores da região tiveram de sair de suas casas após alerta máximo para o risco de rompimento na noite dessa sexta-feira (22/3). Segundo a Defesa Civil, em caso de emergência, os cerca 3 mil habitantes teriam menos de uma hora para fugir.
Cerca de 150 famílias atingidas — 452 pessoas no total — passaram a noite em hotéis. Elas residem em comunidades como Socorro, Tabuleiro e Piteiras.
O pânico aumentou depois que as sirenes nas proximidades da barragem Sul Superior, da mina de Gongo Soco, foram acionadas. A medida foi tomada pela segunda vez em pouco mais de um mês. No dia 8 de fevereiro, os moradores também precisaram sair às pressas de suas casas.
Não houve rompimento, mas o nível de segurança da barragem, que era de 2, passou para 3, nessa sexta (22). Muitos moradores não dormiram e passaram a madrugada nas ruas. Teve ainda gente que ficou na beira do rio, sob vigília.
A empresa confirmou ter acionado o protocolo para início do nível 3 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) para a Barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), nessa sexta-feira (22).
“Essa medida preventiva faz-se necessária tendo em vista o fato de o auditor independente ter informado a condição crítica de estabilidade da barragem. Com o nível 3, foi acionada a sirene de alerta que cobre a Zona de Autossalvamento (ZAS), já que a evacuação da área próxima à barragem foi realizada em 8 de fevereiro”, destacou a Vale.
A Sul Superior, de acordo com a empresa, é uma das 10 barragens a montante inativas remanescentes da Vale. Barão de Cocais tem cerca de 32 mil habitantes e fica a menos de 100km de Belo Horizonte, a capital mineira.
Imagens da tragédia de Brumadinho:
No dia 25 de janeiro, o país assistiu a uma tragédia sem precedentes após rompimento da Barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que também é da Vale. Até essa sexta-feira (22), foram contabilizadas 210 mortes. De acordo com a Defesa Civil, 96 pessoas continuam desaparecidas.
Os rejeitos devastaram a área administrativa da mineradora, incluindo o refeitório, onde muitos trabalhadores almoçavam na hora do rompimento.Depois de arrasar a área da Vale, a lama da mineradora atingiu comunidades de Brumadinho, destruindo casas, uma pousada e propriedades rurais.