“Meu filho foi um herói”, diz pai de sobrevivente de ataque em creche
Um homem, armado com uma machadinha, invadiu uma creche em Blumenau, em Santa Catarina, e assassinou quatro crianças
atualizado
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Um dos sobreviventes, de 5 anos, do ataque à Creche Cantinho Bom Pastor, na cidade de Blumenau, em Santa Catarina, contou ao pai que um “homem mau” entrou na unidade de ensino e bateu nele. Em entrevista ao jornal O Globo, o mecânico Fabio Junior Hrenzer Santos, de 42 anos, contou que o seu filho foi um herói ao conseguir salvar a própria vida.
Nessa quarta-feira (5/4), um homem, armado com uma machadinha, invadiu a Creche Cantinho Bom Pastor e assassinou quatro crianças e deixou outras cinco feridas.
O menino de 5 anos, que não terá a sua identidade revelada, contou ao pai que, mesmo sem compreender o que estava acontecendo, obedeceu a professora que estava no parquinho.
“A psicóloga do hospital falou para que a gente não ficasse comentando com as crianças sobre o ocorrido. Nós ainda não falamos com os professores para saber como tudo aconteceu, mas no hospital meu filho contou que a tia Célia (professora) mandou ele correr muito rápido. Meu menino foi um herói. Mesmo ferido, ele correu. Ele disse: ‘pai, um homem mau me deu um soco, eu não sei porque, e a professora me mandou correr’. Todas as professoras, policiais e equipe médica foram heróis também”, disse Fabio Junior.
O suspeito pelos ataques passou por audiência de custódia nesta quinta-feira (6/4) e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Segundo Fabio, o seu filho foi atingido no rosto, mas o golpe não afetou nenhuma área vital da criança. Após o ataque, o menino foi encaminhado ao Hospital Santo Antônio, em Blumenau, e recebeu alta nesta quinta.
Ataque
Fabio Junior recebeu a notícia sobre o ataque à escola do filho por meio de uma mensagem no WhatsApp encaminhada por uma mulher que já havia cuidado do menino. O mecânico pede justiça e classifica a invasão como “terrorismo” .
“Ele (o agressor) foi covarde ao atacar crianças e eu chamo isso de terrorismo. Todos os dias levo meu filho para a escola e depois vou trabalhar, e é horrível saber que ele não está seguro. A Justiça também falhou em não parar esse criminoso antes, ele tinha passagens pela polícia e continuou solto até cometer essa atrocidade”, declarou.
Na unidade hospitalar, as crianças internadas declararam que não querem mais voltar à escola. Traumatizados com o ataque, todos os pequenos terão acompanhamento psicológico.
“Meu filho diz que não quer voltar na escola e todos os pais estão dizendo a mesma coisa. Nós sabemos que o problema não é o lugar, porque todas as professoras e a diretora são pessoas muito amorosas, que cuidam muito bem das crianças, mas as crianças não entendem ainda. É triste demais. Precisamos ter reforço de segurança nas escolas”, disse Fabio.