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Mesmo demitido, Lourena Cid passou horas trancado com família na Apex

A Apex Brasil concluiu que o general Lourena Cid, pai de Mauro Cid, usou a estrutura do escritório em Miami para negociar as joias sauditas

atualizado

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Imagem colorida do general da reserva Mauro César Lourena Cid PF - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida do general da reserva Mauro César Lourena Cid PF - Metrópoles - Foto: Roberto Oliveira/Alesp

Mesmo após ser demitido do cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), em Miami, nos Estados Unidos, o general Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel Mauro Cid, passou “algumas horas” trancado com a família no escritório na cidade norte-americana.

As informações são frutos de investigação interna que analisou a conduta do general entre junho de 2019 e janeiro de 2023, quando ele chefiou o escritório da Apex, em Miami. Lourena Cid foi nomeado durante o mandato do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com a investigação, em meados de janeiro, época na qual já havia sido exonerado, o general esteve no escritório acompanhado da esposa e do filho Mauro Cid — um dos principais acusados de vender as joias sauditas —, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Na ocasião, ainda de acordo com a Apex, eles ficaram “trancados em sua antiga sala por algumas horas”.

À época, Mauro Cid estava nos EUA porque acompanhava Bolsonaro, que viajou para Orlando, em dezembro de 2022, após perder as eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Estrutura da Apex em Miami foi usada para negociar joias

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos também concluiu que o pai de Mauro Cid usou a estrutura do escritório em Miami para negociar as joias sauditas que o ex-presidente Jair Bolsonaro ganhou enquanto exercia o cargo.

A Apex identificou que Lourena Cid teria fotografado os presentes entregues a Bolsonaro durante visitas oficiais “antes e depois” de ser demitido do cargo, em 3 de janeiro de 2023, usando o celular funcional da agência.

Vale lembrar que o general é alvo de investigações do inquérito sobre o “caso das joias”, que apura a venda irregular de presentes sauditas entregues ao então presidente Bolsonaro durante visitas oficiais e comercializadas nos Estados Unidos.

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Pai de Mauro Cid tentou vender esculturas, parte de presentes oficias enviados por sauditas
Em conversa, Mauro Cid lembra o pai de fotografar as esculturas
Caixa onde escultura saudita estava guardada
Escultura apelidada de o "barco" fora da caixa
O "barco", um dos presentes oficiais enviados por sauditas que pai de Mauro Cid tentou negociar
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Pai de Cid deixa rosto aparecer em reflexo de caixa com esculturas sauditas

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Pai de Mauro Cid tentou vender esculturas, parte de presentes oficias enviados por sauditas

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Em conversa, Mauro Cid lembra o pai de fotografar as esculturas

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Caixa onde escultura saudita estava guardada

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Escultura apelidada de o "barco" fora da caixa

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O "barco", um dos presentes oficiais enviados por sauditas que pai de Mauro Cid tentou negociar

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Escultura apelidada de o "barco" dentro da caixa

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Escultura apelidada de o "barco" dentro da caixa

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Escultura apelidada de o "coquerio" fora da caixa

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Pai de Mauro Cid tentou avaliar a escultura apelidada de o "coqueiro", um dos presentes oficiais enviados por sauditas

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Escultura apelidada de o "coquerio" dentro da caixa

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Bolsonaro recebeu uma árvore semelhante as fotos em 16 de novembro de 2021, após Seminário Empresarial da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira na cidade de Manama, Bahrein

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Fachada da Gold Grillz Miami, loja que comercializa produtos com ouro ou outros metais preciosos

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Lourena Cid recebeu pessoa que transportou joias no escritório da Apex

Investigado por suposta participação no caso de venda das joias, Lourena Cid teria recebido, em 1º de agosto de 2022, no gabinete, o corretor de imóveis Cristiano Piquet, que confessou à Polícia Federal (PF) ter transportado, em janeiro de 2023, uma mala de joias do ex-presidente Jair Bolsonaro, de Orlando para Miami, a fim de entregá-la ao general.

Na mala, havia duas esculturas: um barco e uma palmeira. Posteriormente, elas foram vendidas nos Estados Unidos. De acordo com a PF, a mala chegou aos EUA sob os cuidados de Mauro Cid, que teria viajado no avião presidencial.

“Depoimentos revelaram ainda a frequência de pessoas alheias aos negócios da Apex Brasil no gabinete do GM (general manager, ou seja, diretor-geral, em inglês), sem registro em agenda”, destaca nota da Apex Brasil.

Passaporte com visto de trabalho “jamais foi devolvido”, diz Apex

A investigação interna também mostra que o passaporte oficial do general Lourena Cid com visto de trabalho vinculado à Apex Brasil “jamais foi devolvido”. Além disso, ele continuou “frequentando a sede do escritório nas semanas seguintes à sua demissão”.

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