Mesmo com vacina, há necessidade de mudança no comportamento social, diz presidente da Anvisa
Agência decidirá se uso emergencial de duas vacinas contra a Covid-19 será aprovado. Acompanhe
atualizado
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Na manhã deste domingo (17/1), o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, abriu a reunião da agência sobre o uso emergencial das vacinas do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Retirando a máscara de proteção, Barra Torres avisou que não haveria problema em falar sem o acessório, diante do distanciamento social respeitado no auditório em que ocorre a reunião.
O diretor abriu o evento lamentando a morte dos mais de 200 mil brasileiros por Covid-19. Barra Torres também prestou solidariedade à população do Amazonas, que enfrenta um colapso no sistema de saúde estadual.
“Como diretor-presidente, como médico e cidadão brasileiro, minhas primeiras palavras são de respeito e solidariedade às mais de 200 mil famílias que perderam entes queridos no transcurso dessa pandemia. Minha solidariedade também aos nossos irmãos do Amazonas, nessa gravíssima situação, cujo socorro estamos trabalhando desde o primeiro momento.”
Mesmo com as vacinas, o diretor também alertou que o Brasil ainda enfrentará riscos, caso a população não mude seu comportamento em relação ao distanciamento social.
“O momento é de conscientização, união e trabalho. O inimigo é um só. A nossa chance, a nossa melhor chance nessa guerra passa obrigatoriamente pela mudança de comportamento social, sem a qual, mesmo com vacinas, a vitória não será alcançada.”
Antonio finalizou a abertura pedindo que Deus “ilumine e inspire” a diretoria colegiada para que a “melhor decisão” seja tomada neste domingo.
“Somos nós, cidadãos brasileiros comuns, das mais diversas origens, que estamos diante dessa responsabilidade. Quis o acaso para alguns, o destino para outros, e a vontade de Deus na fé inabalável deste diretor que fossemos nós a exercer esse ofício.”
Votação
Com duração prevista de 5 horas, a reunião contará com votos dos cinco diretores da Anvisa. O processo é longo: será necessário apresentar os estudos técnicos de cada vacina, elaborados por profissionais de três áreas do órgão regulador.
Depois, os cinco diretores votam, um a um, pela autorização do uso emergencial de cada imunizante. A escolha é por maioria simples. Ou seja, para aprovar a vacinação, ao menos três votos devem ser favoráveis. Caso três votos sejam contrários, o uso emergencial não será autorizado.
O parecer final é apresentado pelo diretor-presidente da agência, Antonio Barra Torres. A decisão sobre o uso emergencial das vacinas passa a valer a partir do momento em que os laboratórios forem comunicados. A autorização será publicada no portal da Anvisa, no extra de deliberações da diretoria colegiada. Não há necessidade de publicação da norma no Diário Oficial da União.