Mesmo com prorrogação, CadÚnico continua com filas nos estados e DF
A data final para regularização era esta sexta-feira (14/10), mas filas e dúvidas fizeram o governo estender o período
atualizado
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Confusões, dúvidas e grandes filas fizeram com que o Ministério da Cidadania adiasse por 30 dias a data limite para a renovação dos dados do Cadastro Único (CadÚnico). Mas nesta sexta-feira (14/10), primeiro prazo estipulado para atualizar as informações, pessoas permaneceram nas filas dos Centro de Referência de Assistência Social (Cras) aguardando para serem atendidas em diversas cidades no Brasil.
No Distrito Federal, a operadora de caixa Adriana Cardoso, 45 anos, explicou ao Metrópoles que chegou cedo ao Cras e permaneceu na fila, mesmo após ser informada sobre a extensão do prazo. Ela disse ter medo de voltar para casa e não conseguir vaga na unidade de atendimento posteriormente.
“Eu não sabia que o prazo tinha sido prorrogado, mas decidi ficar. Tive muita dificuldade para ser atendida alguns meses e não quero correr o risco de não conseguir atualizar o meu cadastro e perder os benefícios”, declarou a mulher
Assim como no DF, capitais de estados como Rio de Janeiro, Salvador, Paraíba, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, por exemplo, também amanheceram com grandes filas nas portas dos Cras.
Em Serraria, Maceió, beneficiários de programas sociais se aglomeraram desde as primeiras horas do dia para conseguirem uma das 300 fichas distribuídas no local. Aqueles que desconheciam a prorrogação do prazo, ainda sim optaram por permanecer na fila por temerem não serem atendidos em outra ocasião.
Em Recife, pernambucanos madrugaram na rua para tentar garantir o atendimento na central, próxima a Avenida Cruz Cabugá. Apesar de os portões abrirem apenas às 5h30, antes mesmo disso filas já davam voltas na esquina. Pessoas que não conseguiram uma das fichas distribuídas, foram orientadas a retornarem em outra data
Segundo Ministério da Cidadania, a revisão é necessária para evitar a suspensão ou o cancelamento de benefícios oferecidos pelo governo. Isso porque o CadÚnico é o principal instrumento do governo para a inclusão de famílias de baixa renda em programas federais como Auxílio Brasil, Benefício de Prestação Continuada (BPC), Auxílio Emergencial e Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE), por exemplo.
A revisão – feita a cada dois anos ou sempre que houver mudanças de dados – estava aberta desde fevereiro deste ano. Mesmo assim, cerca de 263 mil brasileiros precisam atualizar suas informações. Por causa da pandemia de Covid-19, o ministério fez um escalonamento: famílias com cadastros autenticados pela última vez em 2016 ou 2017 foram chamadas este ano. Aquelas que fizeram tal procedimento em 2018 ou 2019 serão convocadas em 2023 ou depois.
Ao se inscrever ou atualizar seus dados no Cadastro Único, a família de baixa renda pode participar de vários programas sociais, mas cada um tem exigências e prazos diferentes. São iniciativas como o Auxílio Brasil, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) e a ID Jovem.
Como fazer a atualização?
Em março deste ano, o governo criou o aplicativo do CadÚnico, disponível para Android e iOs, mas pelo site é possível averiguar em que situação o benefício está.
Se o cadastro necessitar de alguma alteração, o governo tentará entrar em contato com a família inscrita por meio de mensagem de texto, telegrama e, até mesmo, no caso de quem é inscrito na Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE), por mensagem na conta de luz.
Pelo aplicativo, os cidadãos podem apenas confirmar os dados fornecidos, mas se for necessário fazer alguma alteração cadastral é preciso comparecer a um posto de cadastramento, os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).
Veja exemplos de casos em que o responsável familiar deverá realizar a atualização:
- Alguém na família nasceu ou morreu
- A família mudou de endereço
- Alguém foi morar em outro lugar
- As crianças entraram na escola ou mudaram de instituição
- Alguém passou a ganhar mais ou menos na família
- A família mudou de cidade
Veja a documentação necessária para atualização:
Para o Responsável Familiar (RF): o CPF, de preferência, ou Título de Eleitor. Somente as famílias indígenas e quilombolas são dispensadas dessa obrigatoriedade e podem apresentar qualquer outro documento.
Para as demais pessoas da família: o RF deve apresentar pelo menos um dos documentos abaixo para cada componente familiar:
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- CPF, de preferência; ou
- Certidão de Nascimento; ou
- Certidão de Casamento; ou
- Certidão Administrativa de Nascimento do Indígena (RANI) – para indígenas que possuem apenas esse documento; ou
- Carteira de Identidade – Registro Geral de Identificação (RG);
- Carteira de Trabalho e Previdência Social; ou
- Título de Eleitor.