Mesmo com mais leitos, UTIs de Goiás seguem com ocupação acima de 90%
Governo abriu mais 35 unidades para vítimas da Covid-19, nessa segunda-feira, quando o índice de ocupação chegou próximo dos 97%
atualizado
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Goiânia – O governo de Goiás aumentou, nessa segunda-feira (15/2), o número de leitos de UTI na rede estadual de saúde para tratar pacientes com Covid-19. Apesar da abertura de mais 35 leitos, o porcentual de ocupação persiste acima dos 90%. O índice, nesta terça-feira (16/2), está na casa dos 92%.
A rede estadual possui, agora, 300 leitos de UTI para a Covid-19. Segundo dados do painel on-line mantido pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) e que é atualizado em tempo real, apenas 24 estavam disponíveis às 11h desta terça-feira.
O governo goiano acelerou a abertura de leitos depois de enfrentar, nessa segunda-feira, um dos piores dias da pandemia, até então. O acirramento da segunda onda pressiona o sistema de saúde.
O porcentual de ocupação de leitos de UTI da Covid-19 chegou próximo dos 97%, na rede estadual, e o principal hospital de campanha (HCamp), localizado em Goiânia, ficou com todos os leitos ocupados por algumas horas, durante a manhã.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), se disse temeroso pela chegada das novas cepas do vírus a Goiás e informou que o Estado já atingiu nessa segunda onda a mesma quantidade de pacientes contaminados em toda a primeira onda da pandemia.
A subida dos números é vista com preocupação. O secretário de Estado da Saúde, Ismael Alexandrino, contou ao Metrópoles que, no início deste ano, a ocupação dos leitos de UTI da Covid-19, em Goiás, oscilava em torno de 48%.
Durante o mês de janeiro e pós-festas de fim de ano, o aumento diário foi de mais de 1%, indicando o cenário de aceleração.
Variantes
Dois casos da variante inglesa do coronavírus, que possui um maior potencial de transmissibilidade, foram confirmados em cidades goianas do Entorno do Distrito Federal. Um homem de Valparaíso de Goiás e uma mulher de Luziânia pegaram a doença, depois que encontraram um familiar que vive na Inglaterra e que esteve no Brasil para as festas de fim de ano.
Um grupo de 20 pessoas da mesma família estava sendo monitorado. A maioria das pessoas foram diagnosticadas com Covid-19, mas só foi possível fazer o sequenciamento genômico desses dois casos, devido à carga viral.
A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, diz que é possível concluir que os demais casos, apesar de não terem possibilitado a análise da genotipagem, também são da variante inglesa, pois existe o vínculo temporal. As pessoas tiveram sintomas semelhantes, estiveram em contato e foram diagnosticadas no mesmo período.
“A velocidade de contaminação é totalmente diferente da primeira onda. As variantes estão tendo um perfil, indiscutivelmente, diferente de avançar na contaminação das pessoas”, disse Ronaldo Caiado, durante abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa de Goiás.